13 julho 2023

A DESCOBERTA DO SISTEMA DE GRAVAÇÃO QUE AGRAVOU O CASO WATERGATE

13 de Julho de 1973. No quadro das investigações relacionadas com o Caso Watergate, um assessor da Casa Branca revelou, pela primeira vez a um dos investigadores do senado americano, a existência de um sistema de gravação activado pela voz para registo das conversas tidas na sala oval (o gabinete de trabalho do presidente dos Estados Unidos). Ao contrário do que depois se elaborou escandalizadamente sobre o assunto, a existência de tais dispositivos não era nada de especial: por exemplo, Lyndon Jonhson, o antecessor de Richard Nixon na Casa Branca, mandara instalar um dispositivo semelhante para registo das suas conversas telefónicas. O mandado instalar por Nixon era diferente e melhor apenas por causa da evolução tecnológica. Mas o importante para o Caso Watergate era ficar-se a saber que, afinal, haveria registos que esclareceriam os depoimentos contraditórios que haviam surgido ao longo das investigações do Caso. Como forma de pressão sobre uma cada vez mais relutante Casa Branca, três dias depois, a 16 de Julho, o assessor foi inquirido durante uma audiência televisionada sobre a existência do tal sistema para que o confirmasse diante da opinião pública. O passo lógico seguinte foi fazer o juiz que estava encarregado do inquérito pedir ao presidente um conjunto de nove gravações relevantes para confirmarem (ou então desmentirem...) o testemunho de um conselheiro da Casa Branca que entretanto se demitira denunciando a conduta da Casa Branca (John Dean). Os obstáculos que Richard Nixon levantou para a cedência de tais gravações (uma das quais, veio-se a descobrir depois, fora parcialmente apagada por acidente...) é que serão a causa visível que conduzirá à fragorosa queda de Richard Nixon em Agosto de 1974.

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