20 julho 2023

A MORTE DE BRUCE LEE

(Republicação)
20 de Julho de 1973. Morte precoce - aos 32 anos - daquele que viria a ser o actor de referência dos filmes de artes marciais, Bruce Lee. Como acontecera quase vinte anos antes com James Dean, a sua morte vai preceder a eclosão do seu sucesso, transformando o actor num mito, muito embora aqueles que virão a ser os seus admiradores (e do género) não sejam propriamente do mesmo tipo de sofisticação dos de Dean. Os filmes de karatê dos anos 70 têm um argumento linear, pouco trabalho de interpretação, mas uma coreografia muito própria. Sobretudo, a novidade para os espectadores do Ocidente em 1973 era que o herói era um chinês e a acção decorria num ambiente chinês, só com algumas (poucas) concessões à presença de ocidentais. No vídeo acima, o início do filme O Dragão Ataca, um filme póstumo de Lee, repare-se como a assistência ao combate se veste de cores distintas conforme o lado em que se senta, ou como Bruce vence o combate imaculado, sem que o seu adversário o atinja uma vez sequer*. Mas nota-se que as cenas do combate são depois aprimoradas na montagem, acelerando-lhe o ritmo e acrescentando-lhe efeitos sonoros, embora para alguns fãs do género tudo aquilo parecesse natural, aprecie-se este último vídeo do casting para um filme do género em que alguns candidatos fazem uma triste figura de si mesmos.

* Compare-se isso com a coreografia do combate no ringue de boxe em Rocky (1976). A partir daquela época evoluíram duas escolas de abordagem quanto ao que acontece com o herói quando anda à porrada: numa delas, descendente desta do karatê, com protagonistas como Steven Seagal ou Jean Claude Van Damme, o herói distribui sem nunca receber troco; na outra, a de Harrison Ford ou de Bruce Willis, o herói passa o filme a enfardar mas está sempre pronto para mais uma.

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