O «Persilschein» era um documento da Alemanha dos anos que se seguiram à sua derrota na Segunda Guerra Mundial e ao processo de desnazificação. Nesse certificado assegurava-se a confiança política do titular, assegurando que ele atravessara o período do III Reich (1933-45) imune às seduções do nazismo(!). Francamente raros seriam os activistas políticos alemães a quem aquela certificação se aplicaria com propriedade e claro que quem mais precisaria daquele documento eram mesmo os antigos membros do NSDAP, que agora queriam regressar à actividade política nos novos partidos democráticos da Alemanha do após Guerra. A relativa facilidade como o documento passou a ser obtido das autoridades levou a que ele viesse a receber a designação irónica de «Persilschein», inspirado no nome do detergente mais popular da Alemanha, porque através dele se conferia uma brancura irrepreensível à carreira política passada do titular. Pois bem, mesmo não se tratando de nada tão grave quanto o isentar de um passado nazi, a sensação que me fica é que Pedro Santana Lopes anda por aí munido de uma espécie de «Persilschein», que lhe permite que durante a campanha em curso, a comunicação social - a começar pelos vários órgãos do grupo Impresa (mas não só) - não ache oportuno por agora recordá-lo por tantos episódios bizarros do seu passado político. Tal impunidade deve ser para dar mais emoção à disputa interna do PSD.
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