Acima, à esquerda, está o ex-presidente da Hungria, Pal Schmitt, que se demitiu muito recentemente. À direita, trata-se do antigo ministro da Defesa alemão, Karl-Theodor zu Guttemberg, que se demitiu há cerca de um ano. A razão para o terem feito foi a mesma: ambos haviam plagiado exaustivamente outras obras para as incluírem nos trabalhos que haviam apresentado para receberem o grau académico de Doutores que exibiam. É o tipo de gesto desonesto que, sem lesar directamente bens públicos, deve arrasar a imagem do carácter de quem o comete e que, por isso, se devia tornar num ponto final da sua carreira política. Não se sabe bem qual é a frequência real destes episódios mas não deixa de dominar a sensação, pelos episódios que se ouvem por aqui e além¹, que os plágios são raramente denunciados. E quando o são, o tradicional corporativismo académico tenderá a funcionar, abafando-os – afinal, nesses episódios, não é apenas o carácter do avaliado a ser arrasado, são também as competências dos avaliadores que ficam indirectamente em cheque… Estes só não o terão sido por razões políticas e por envolverem políticos. Apetece perguntar, parafraseando um gag de um macaco que era flagrado e preso no Planeta dos Homens há muitos anos atrás: Ué! Mas serão só estes? Cadê os outros?
¹ Na Internet já se dispõe de vários intrumentos de detecção de plágios. As transcrições literais são detectadas automaticamente pelos motores de busca mas as traduções e adaptações necessitam de um trabalho mais moroso, à custa de crowdsourcing.
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