Ao olhar para a pose escolhida pelo terrorista radical norueguês Anders Breivik ao entrar na sala de audiências do tribunal onde irá ser julgado (acima), não resisti à associação entre a expressão determinada e o punho erguido desafiador que ali se observa e a letra de uma canção antiga (1974) de José Jorge Letria cujo refrão, repetido com vigor e até à exaustão, era: Só de punho erguido, a canção terá sentido!
Os autores da canção estariam certamente longe de antecipar a evolução da sua e de outras ideologias radicais e como elas se iriam inspirar transversalmente nas simbologias alheias. Mas, por muita que fosse a imaginação poética, não deixa de se tornar irónico considerarem que o gesto, só por ele, conferiria sentido, quando sentido é algo que até hoje não se encontrou para as acções criminosas de Anders Breivik.
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