Desde o seu nascimento que, por imperativos políticos, os Estados Unidos se obrigaram à realização de censos periódicos. No legislativo da nova nação, juntamente com o Senado, em que cada estado era representado pelo mesmo número de senadores, havia a Câmara de Representantes, onde o princípio que prevalecia era o da proporcionalidade, calculada a partir da população de cada estado¹. Por causa do crescimento daquela, fixou estabelecido que a cada dez anos se procederia a um novo censo da população, para que se recalculasse o número de representantes a que cada estado teria direito.
Por isso, os dados demográficos norte-americanos são mais antigos e sistemáticos do que os seus congéneres europeus. O primeiro censo ali realizado data de 1790, um ano apenas depois da Revolução Francesa, e sucedem-se cada decénio, sem falha. Os geógrafos norte-americanos criaram também um conceito engraçado que não vi aplicado em mais nenhum país: o do centro demográfico. Assumindo que toda a população pesava o mesmo, calcula-se aquele que seria o ponto geográfico dum mapa plano imaginário dos Estados Unidos em que se estaria geometricamente em equilíbrio à data da realização do censo.
Mas, mais do que a sua localização desse centro, torna-se mais engraçado observar a evolução da sua localização ao longo de cada censo (mapa abaixo). É uma forma geográfica de acompanhar a História dos Estados Unidos. Nos últimos 220 anos esse centro imaginário deslocou-se quase 2.000 km para Oeste. Mas foi só a partir da segunda metade do Século XX que começou a inflectir francamente para Sul. Aliás, na primeira metade desse Século, a concentração industrial nas cidades do Norte fez com que a localização do centro demográfico não se tenha alterado significativamente nos cinquenta anos de 1890 a 1940.
Registe-se ainda como o impacto da inclusão dos estados do Alasca (1958) e do Hawai (1959) não foi significativo para a evolução do centro de 1950 para 1960, apesar de qualquer daqueles dois estados estarem geograficamente afastados do resto dos Estados Unidos. Se se mantiver a tendência destes últimos decénios, o centro demográfico dos Estados Unidos continuará a deslocar-se para Oeste Sudoeste (WSW), saindo do Missouri para se instalar no Oklahoma. Uns Estados Unidos onde, cada vez mais, a do Pacífico já não é a outra costa e não é embaraçoso – antes uma vantagem – saber falar castelhano…
¹ Note-se, à margem do assunto principal, como este critério favorecia os eleitores dos estados do Sul, onde a população de escravos não votava, mas influenciava o número dos seus representantes.
Mas, mais do que a sua localização desse centro, torna-se mais engraçado observar a evolução da sua localização ao longo de cada censo (mapa abaixo). É uma forma geográfica de acompanhar a História dos Estados Unidos. Nos últimos 220 anos esse centro imaginário deslocou-se quase 2.000 km para Oeste. Mas foi só a partir da segunda metade do Século XX que começou a inflectir francamente para Sul. Aliás, na primeira metade desse Século, a concentração industrial nas cidades do Norte fez com que a localização do centro demográfico não se tenha alterado significativamente nos cinquenta anos de 1890 a 1940.
Registe-se ainda como o impacto da inclusão dos estados do Alasca (1958) e do Hawai (1959) não foi significativo para a evolução do centro de 1950 para 1960, apesar de qualquer daqueles dois estados estarem geograficamente afastados do resto dos Estados Unidos. Se se mantiver a tendência destes últimos decénios, o centro demográfico dos Estados Unidos continuará a deslocar-se para Oeste Sudoeste (WSW), saindo do Missouri para se instalar no Oklahoma. Uns Estados Unidos onde, cada vez mais, a do Pacífico já não é a outra costa e não é embaraçoso – antes uma vantagem – saber falar castelhano…
¹ Note-se, à margem do assunto principal, como este critério favorecia os eleitores dos estados do Sul, onde a população de escravos não votava, mas influenciava o número dos seus representantes.
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