Este texto que aqui publico no blogue é a minha tradução de uma pequeníssima parte (pp. 165-168) do livro abaixo, The Imperial War Museum Book of The Western Front, publicado em 1993. Trata-se de um livro que, mais do que a perspectiva britânica da história da Primeira Guerra Mundial na Frente Ocidental, conta as pequenas histórias individuais dos britânicos que nela participaram, sustentadas por cartas, diários e outros escritos da época. O trecho que escolhi é muito interessante porque constituído pela apresentação e pela transcrição de partes do diário de um dos oficiais britânicos que serviram de oficiais de ligação entre o CEP (Corpo Expedicionário Português) e o Exército britânico (BEF) durante os anos finais da Primeira Guerra Mundial (1917-18). As transcrições do diário estão em itálico e identifiquei no texto alguns erros factuais – que assinalei, para além de outros comentários e explicações no hipertexto que considerei pertinentes.
Portugal entrou na guerra ao lado dos Aliados em Março de 1916 e as primeiras tropas portuguesas chegaram a França em Janeiro do ano seguinte (na realidade, em Fevereiro). Dado que se pretendia que elas fossem integradas junto às unidades britânicas da Frente Ocidental, foram estes últimos a encarregar-se de assegurar os oficiais de ligação para que essa integração se realizasse. As suas funções eram de servir de conselheiros, instrutores e, na prática, até de consultores em relações públicas. Uma qualificação indispensável para a função era, evidentemente, o conhecimento da língua. O Tenente (depois Capitão) R.C.G. Dartford do 1/19th London Regiment, que pertencia a uma família ligada ao comércio do vinho do Porto, mostrava-se bastante qualificado para ela: falava bem português e já possuía experiência da guerra das trincheiras. Já tinha participado até numa das grandes batalhas, a de Loos, onde fora ferido com gravidade com uma bala na cabeça. Depois de recuperar, e sem sequelas permanentes do seu ferimento, ele havia regressado à Frente de combate. Havia-se tornado num dos cerca de sessenta oficiais que constituíam o que era oficialmente designado por British Military Mission to the Portuguese Experdicionart Force, no seu caso concreto um dos nove oficiais que estavam adidos à 1ª Brigada de Infantaria da 2ª Divisão (na realidade, era a 1ª Divisão).
Infelizmente, os portugueses não iriam adquirir uma grande reputação na Frente Ocidental nem se iriam distinguir particularmente pelo seu desempenho militar. Para eles tratava-se de um conflito que se travava longe de casa; a sua participação era mais para ser levada em conta pelo seu valor simbólico do que pelo valor combativo. O nome que os britânicos usavam para designar normalmente os portugueses era pork and beans (as duas formas – português e porco e feijões – são quase homófonas quando pronunciadas em inglês). Contudo, Dartford nunca emprega esse termo num cuidadoso diário detalhado que manteve durante os muitos meses em que serviu com eles; designa-os por the geese. Era uma abreviatura conveniente mas também é sugestivo do quanto não os tinha em particular conta como soldados. Do diário havia originalmente oito cadernos dos quais sobreviveram cinco. O terceiro começa em Março de 1917, quando Dartford partiu de licença para Inglaterra; as suas experiências com os portugueses começam no regresso. Por essa altura, os recém-chegados já tinham passado por várias fases do treino e estavam a ter os primeiros contactos com as trincheiras. Tinham sido colocados na área de Neuve Chapelle, sem dúvida porque aquele era então considerado um sector calmo (depois da Batalha de Março de 1915). A hora daquele mesmo sector voltaria todavia a soar novamente em 1918.
Nos princípios de Maio, Dartford havia iniciado um empenhado treino nas trincheiras. Escrevia ele a 3 de Maio: Pus os geese a fazer fogo durante aqueles 10 minutos cruciais em que já há luz suficiente para se ver o parapeito mas ainda não se conseguem distinguir as cabeças e continua, tive um particular prazer em fazer com que os oficiais geese atravessassem comigo o descoberto até à linha da frente.
Ensinar as rotinas necessárias aos seus novos alunos era nitidamente uma tarefa difícil. Depois de tentar mostrar aos geese qual a rotina de um oficial, verificando as sentinelas, etc. ele é levado a comentar que Já estou cansado de explicar as coisas uma vez, outra e mais outra ao Capitão Pissarro (talvez Pissarra). Estava-se a 10 de Maio.
A 13 Maio (por curiosidade, dia das primeiras aparições de Fátima) notava, com um certo retoque de hipérbole: O primeiro Batalhão português a avançar sozinho para a frente foi o 34º, a 11 deste mês. Na primeira noite accionaram 700 Very lights e dispararam-se 500.000 SAA (munições de armas ligeiras)!
A 15, Dartford começava a sentir-se moderadamente encorajado:
Os geese parecem estar a adaptar-se às coisas razoavelmente bem, limpando as espingardas e mantendo as posições.Uma tarefa importante a cargo dos geese era a instalação e conservação das redes de arame farpado. Embora, conforme Dartford escrevia, isso dificilmente fosse algo que alguém desejasse fazer na Terra de Ninguém, era um trabalho que tinha que ser feito.
19 Maio (Sáb.) Às 22H00 o grupo destacado começou a trabalhar – uma patrulha de dez homens acompanhados ainda de dois cabos ingleses mais experientes. O arame não estava em muito mau estado mas encontrou-se um sítio adequado para instalar um obstáculo (apron). Os homens trabalharam rapidamente mas foi o trabalho de intérprete mais engraçado que tive até agora, sussurrado e trapalhão. Esteve tudo calmo até por volta das 00H30 quando os alemães começaram a atirar RGs (granadas) ao longo do arame, porque deviam ter visto ou ouvido movimentações. Os boches rapidamente ter-se-ão apercebido onde estávamos e algumas começaram a cair por perto. Foi tempo de sair dali mesmo antes de um bombardeamento em regra com RGs e TMs (morteiradas).
Impunha-se que a comunicação social da época desse destaque à chegada dos novos aliados. Durante as semanas seguintes a Brigada de Dartford foi visitada sucessivamente por um operador de câmara e um fotógrafo. Dartford tornou-se um colaborador entusiasta em cada uma das visitas, organizando as cenas adequadas.
21 Maio (Seg.) À tarde apareceu um operador de cinema o que provocou uma enorme agitação. Fez várias filmagens na linha da frente. Eu ajudei-o nas encenações e organizei os homens que caminhavam para a trincheira e depois a distribuição dos jantares das marmitas. Uma cena das cómicas foi conseguida com dois geese sorridentes a comer da mesma concha em simultâneo. O que eu não sabia é que alguém decidira atirar duas bombas por cima do parapeito naquela mesma altura e estou com receio que apareça numa pose não muito favorável.
Infelizmente, os portugueses não iriam adquirir uma grande reputação na Frente Ocidental nem se iriam distinguir particularmente pelo seu desempenho militar. Para eles tratava-se de um conflito que se travava longe de casa; a sua participação era mais para ser levada em conta pelo seu valor simbólico do que pelo valor combativo. O nome que os britânicos usavam para designar normalmente os portugueses era pork and beans (as duas formas – português e porco e feijões – são quase homófonas quando pronunciadas em inglês). Contudo, Dartford nunca emprega esse termo num cuidadoso diário detalhado que manteve durante os muitos meses em que serviu com eles; designa-os por the geese. Era uma abreviatura conveniente mas também é sugestivo do quanto não os tinha em particular conta como soldados. Do diário havia originalmente oito cadernos dos quais sobreviveram cinco. O terceiro começa em Março de 1917, quando Dartford partiu de licença para Inglaterra; as suas experiências com os portugueses começam no regresso. Por essa altura, os recém-chegados já tinham passado por várias fases do treino e estavam a ter os primeiros contactos com as trincheiras. Tinham sido colocados na área de Neuve Chapelle, sem dúvida porque aquele era então considerado um sector calmo (depois da Batalha de Março de 1915). A hora daquele mesmo sector voltaria todavia a soar novamente em 1918.
Nos princípios de Maio, Dartford havia iniciado um empenhado treino nas trincheiras. Escrevia ele a 3 de Maio: Pus os geese a fazer fogo durante aqueles 10 minutos cruciais em que já há luz suficiente para se ver o parapeito mas ainda não se conseguem distinguir as cabeças e continua, tive um particular prazer em fazer com que os oficiais geese atravessassem comigo o descoberto até à linha da frente.
Ensinar as rotinas necessárias aos seus novos alunos era nitidamente uma tarefa difícil. Depois de tentar mostrar aos geese qual a rotina de um oficial, verificando as sentinelas, etc. ele é levado a comentar que Já estou cansado de explicar as coisas uma vez, outra e mais outra ao Capitão Pissarro (talvez Pissarra). Estava-se a 10 de Maio.
A 13 Maio (por curiosidade, dia das primeiras aparições de Fátima) notava, com um certo retoque de hipérbole: O primeiro Batalhão português a avançar sozinho para a frente foi o 34º, a 11 deste mês. Na primeira noite accionaram 700 Very lights e dispararam-se 500.000 SAA (munições de armas ligeiras)!
A 15, Dartford começava a sentir-se moderadamente encorajado:
Os geese parecem estar a adaptar-se às coisas razoavelmente bem, limpando as espingardas e mantendo as posições.Uma tarefa importante a cargo dos geese era a instalação e conservação das redes de arame farpado. Embora, conforme Dartford escrevia, isso dificilmente fosse algo que alguém desejasse fazer na Terra de Ninguém, era um trabalho que tinha que ser feito.
19 Maio (Sáb.) Às 22H00 o grupo destacado começou a trabalhar – uma patrulha de dez homens acompanhados ainda de dois cabos ingleses mais experientes. O arame não estava em muito mau estado mas encontrou-se um sítio adequado para instalar um obstáculo (apron). Os homens trabalharam rapidamente mas foi o trabalho de intérprete mais engraçado que tive até agora, sussurrado e trapalhão. Esteve tudo calmo até por volta das 00H30 quando os alemães começaram a atirar RGs (granadas) ao longo do arame, porque deviam ter visto ou ouvido movimentações. Os boches rapidamente ter-se-ão apercebido onde estávamos e algumas começaram a cair por perto. Foi tempo de sair dali mesmo antes de um bombardeamento em regra com RGs e TMs (morteiradas).
Impunha-se que a comunicação social da época desse destaque à chegada dos novos aliados. Durante as semanas seguintes a Brigada de Dartford foi visitada sucessivamente por um operador de câmara e um fotógrafo. Dartford tornou-se um colaborador entusiasta em cada uma das visitas, organizando as cenas adequadas.
21 Maio (Seg.) À tarde apareceu um operador de cinema o que provocou uma enorme agitação. Fez várias filmagens na linha da frente. Eu ajudei-o nas encenações e organizei os homens que caminhavam para a trincheira e depois a distribuição dos jantares das marmitas. Uma cena das cómicas foi conseguida com dois geese sorridentes a comer da mesma concha em simultâneo. O que eu não sabia é que alguém decidira atirar duas bombas por cima do parapeito naquela mesma altura e estou com receio que apareça numa pose não muito favorável.
Não precisava de se preocupar; o filme – que sobreviveu – não o mostra (a assustar-se) no momento em que, nas imagens, dois outros soldados reagem surpreendidos ao lançamento dessas bombas; mas Dartford aparece de facto nas margens de algumas cenas enquanto estava a dirigir os actores para as encenações. E o clímax da sequência filmada é, de facto, a cena cómica com os dois soldados a comer da mesma concha.
24 Junho (Dom.) O Sol regressou à hora de almoço e encontrei o fotógrafo oficial da Frente Ocidental à minha espera. Queria tirar uns bons instantâneos da infantaria para os jornais. Levei-o a dar uma volta e ele tirou uma dúzia de instantâneos do meu grupo de geese. Uma é do Capitão Burn (o nome deve ter sido mal copiado dos diários e estará certamente errado - André Brun, como sugere um comentador deste poste?) e de mim que ele prometeu ver se guardava e mandar-me uma cópia.
24 Junho (Dom.) O Sol regressou à hora de almoço e encontrei o fotógrafo oficial da Frente Ocidental à minha espera. Queria tirar uns bons instantâneos da infantaria para os jornais. Levei-o a dar uma volta e ele tirou uma dúzia de instantâneos do meu grupo de geese. Uma é do Capitão Burn (o nome deve ter sido mal copiado dos diários e estará certamente errado - André Brun, como sugere um comentador deste poste?) e de mim que ele prometeu ver se guardava e mandar-me uma cópia.
As fotografias também sobreviveram, incluindo aquela a que ele se refere expressamente - e que se pode apreciar acima.
Estes eram os interlúdios agradáveis que depressa se esqueciam quando Dartford tinha de regressar à sua, muitas vezes frustrante, tarefa. A 26 de Junho, dois dias depois da visita do fotógrafo, quando fazia o reconhecimento do sector da esquerda da sua Brigada, viu-se subitamente a andar em trincheiras muito expostas e sujeito às atenções dedicadas da artilharia alemã. Ninguém se incomodou em aumentar mais a profundidade da trincheira, escreveu ele irritadíssimo naquela noite, e depois vim a descobrir que o 2º comandante anda preocupadíssimo a construir um abrigo suplementar só para si no QG, o que considero verdadeiramente criminoso. (Com a sua irritação e não perdendo a razão para se queixar, Dartford parece ter-se esquecido que a manutenção e o aperfeiçoamento daquele mesmo sistema de trincheiras havia pertencido a unidades britânicas nos dois anos anteriores à chegada dos portugueses, há mês e meio…). E a sua narrativa continua com um episódio que lhe havia sido contado (todos sabemos que é sempre muito difícil encontrar testemunhas que tenham presenciado de facto estas histórias mais rocambolescas que se contam…) por um oficial de artilharia britânico a respeito de um raid a um batalhão português que ocorrera três semanas antes, imediatamente depois do qual o comandante do batalhão chorava copiosamente e lamentava-se que havia perdido a linha da frente e que estava desgraçado – mas não fazia mais nada, até que um oficial de morteiros britânico (porque é que me fica a impressão que, se este oficial mais enérgico fosse também português, a história perdia metade da piada?...) foi à frente verificar o que acontecera e encontrar o comandante da companhia contra a qual o raid fora montado numa cena ainda mais bizarra:
O comandante da companhia estava debaixo de uma mesa com a sua máscara de gás colocada (embora não houvesse sinais de gás). O oficial britânico correu com ele dali para fora e perguntou-lhe se havia lançado um SOS. Não. Então arrastou-o até ao sítio dos foguetes de emergência lançando um (uma meia hora atrasado). Depois de terem recuperado a linha da frente ainda foram bombardeados com gás e mostraram-se suficientemente indisciplinados para terem tido mais 40 baixas.
No conjunto, a linha de aprendizagem dos recém-chegados continuaria a evoluir de forma um pouco errática, com a disposição de Dartford a variar constantemente entre o exaspero e o optimismo. Por um lado, há referências, como a de 11 de Setembro, a um raid que se veio a revelar um fracasso completo, enquanto por outro em 1 de Outubro ele permitia-se escrever: Todos estão satisfeitos com a forma enérgica como a Brigada tem vindo a evoluir.
Estes eram os interlúdios agradáveis que depressa se esqueciam quando Dartford tinha de regressar à sua, muitas vezes frustrante, tarefa. A 26 de Junho, dois dias depois da visita do fotógrafo, quando fazia o reconhecimento do sector da esquerda da sua Brigada, viu-se subitamente a andar em trincheiras muito expostas e sujeito às atenções dedicadas da artilharia alemã. Ninguém se incomodou em aumentar mais a profundidade da trincheira, escreveu ele irritadíssimo naquela noite, e depois vim a descobrir que o 2º comandante anda preocupadíssimo a construir um abrigo suplementar só para si no QG, o que considero verdadeiramente criminoso. (Com a sua irritação e não perdendo a razão para se queixar, Dartford parece ter-se esquecido que a manutenção e o aperfeiçoamento daquele mesmo sistema de trincheiras havia pertencido a unidades britânicas nos dois anos anteriores à chegada dos portugueses, há mês e meio…). E a sua narrativa continua com um episódio que lhe havia sido contado (todos sabemos que é sempre muito difícil encontrar testemunhas que tenham presenciado de facto estas histórias mais rocambolescas que se contam…) por um oficial de artilharia britânico a respeito de um raid a um batalhão português que ocorrera três semanas antes, imediatamente depois do qual o comandante do batalhão chorava copiosamente e lamentava-se que havia perdido a linha da frente e que estava desgraçado – mas não fazia mais nada, até que um oficial de morteiros britânico (porque é que me fica a impressão que, se este oficial mais enérgico fosse também português, a história perdia metade da piada?...) foi à frente verificar o que acontecera e encontrar o comandante da companhia contra a qual o raid fora montado numa cena ainda mais bizarra:
O comandante da companhia estava debaixo de uma mesa com a sua máscara de gás colocada (embora não houvesse sinais de gás). O oficial britânico correu com ele dali para fora e perguntou-lhe se havia lançado um SOS. Não. Então arrastou-o até ao sítio dos foguetes de emergência lançando um (uma meia hora atrasado). Depois de terem recuperado a linha da frente ainda foram bombardeados com gás e mostraram-se suficientemente indisciplinados para terem tido mais 40 baixas.
No conjunto, a linha de aprendizagem dos recém-chegados continuaria a evoluir de forma um pouco errática, com a disposição de Dartford a variar constantemente entre o exaspero e o optimismo. Por um lado, há referências, como a de 11 de Setembro, a um raid que se veio a revelar um fracasso completo, enquanto por outro em 1 de Outubro ele permitia-se escrever: Todos estão satisfeitos com a forma enérgica como a Brigada tem vindo a evoluir.
Contudo, com a aproximação do Natal, tornou-se evidente a desconfiança do Alto Comando britânico que os alemães pudessem ver nos portugueses colaboradores prováveis de uma espécie de cessar-fogo tácito durante a quadra, conforme acontecera em extensivos lugares da Frente (com os alemães e os próprios britânicos) no Natal de 1914. O receio reflectia-se nesta entrada escrita na véspera do Natal de 1917:
O receio de confraternizações fez com que os oficiais britânicos tivessem que ir para a linha da frente e assinalassem qualquer atitude anormal do inimigo. Como medida preventiva houve uma data de fogo de hostilização durante a noite para grande aborrecimento de todos.
O receio de confraternizações fez com que os oficiais britânicos tivessem que ir para a linha da frente e assinalassem qualquer atitude anormal do inimigo. Como medida preventiva houve uma data de fogo de hostilização durante a noite para grande aborrecimento de todos.
Era defensável e razoável a preocupação demonstrada pelo Comando britânico. A sua sensação que os alemães não tinham o Corpo Expedicionário Português entre os seus oponentes mais ferozes na Frente Ocidental veio a ser amplamente justificada alguns meses depois (Abril de 1918) quando o sector mantido pelos portugueses foi escolhido como o alvo principal de uma grande ofensiva inimiga (a Batalha de La Lys).
Assim termina o pequeno capítulo dedicado a parte das memórias do Capitão Dartford. Creio tratar-se de uma contribuição parcelar mas justa para a análise da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, desprovida daquelas justificações diplomáticas costumeiras. Na sua objectividade, o texto também me parece também transparente quanto aos preconceitos que muitos britânicos terão a nosso respeito - sendo mais incompreensível os manifestados pelo autor do próprio livro que foi escrito 75 anos depois da redacção dos diários...
Assim termina o pequeno capítulo dedicado a parte das memórias do Capitão Dartford. Creio tratar-se de uma contribuição parcelar mas justa para a análise da participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, desprovida daquelas justificações diplomáticas costumeiras. Na sua objectividade, o texto também me parece também transparente quanto aos preconceitos que muitos britânicos terão a nosso respeito - sendo mais incompreensível os manifestados pelo autor do próprio livro que foi escrito 75 anos depois da redacção dos diários...
O capitão Burn pode bem ser André Brun, oficial do exército, humorista (A série Praxedes, por exemplo), dramaturgo (autor de A Vizinha do Lado e de A Maluquinha de Arroios) e vizinho de prédio dos Lopes Ribeiros. Em A Malta das Trincheiras contou em modo divertido muitas histórias dessa guerra.
ResponderEliminarAtentamente, nuno ivo
É bem possível que o seja. Muito obrigado pela sua contribuição. São contribuições como a sua que melhoram a qualidade do que está publicado e podem atenuar a reputação do conteúdo das redes sociais.
ResponderEliminarCumprimentos