
Uma parte da história já foi por mim
contada aqui no blogue. Em 1963, na fase mais acesa da C
orrida Espacial, o secretário-geral do Partido Comunista soviético, Nikita Khrushchev terá chamado Sergei Korolev, que era o chefe do programa espacial soviético, e tido a seguinte conversa com ele:
- Como sabe, camarada, os americanos preparam-se para pôr uma nave com dois homens no espaço. Antes que eles mandem dois, nós temos que mandar três… O discurso foi provavelmente
recriado mas enquadra-se completamente no espírito da época e na personalidade de Khrushchev.

Daquela directiva resultou uma gigantesca improvisação que veio a ser baptizada como
Programa Voskhod. A
cápsula espacial era ainda a do Programa anterior (
Vostok) só que precisara de ser remodelada no interior: numa esfera com um diâmetro interior de 2,3 metros houve que arranjar espaço para três pessoas. Para que lá coubessem os três cosmonautas simultaneamente houve que sentá-los em três cadeiras com uma largura máxima de 75 cm cada (acima). Assim sendo, eles não podiam envergar fatos espaciais como acontecera, por prudência, com todos os voos espaciais tripulados até então…

O voo (
Voskhod-1) teve lugar a 12 de Outubro de 1964 e teve uma duração de 24 Horas. Por coincidência, foi precisamente nesse dia que começou
a reunião em que Khrushchev foi deposto do poder pelos seus camaradas do
Presidium do Soviete Supremo. No espaço, a vida também não se apresentava muito confortável para os cosmonautas, sentados nas
amplas poltronas, como se fossem passageiros de um dos modernos voos transcontinentais só que mais prolongado. Evidência da claustrofobia, uma fotografia do interior da nave já depois do regresso à Terra mostra-nos um ecrã de televisão danificado por um tripulante mais desastrado…
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