Durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1941 e 1945 houve alguns milhares de franceses que se dispuseram a combater do lado alemão, por razões que se pretendem ter sido ideológicas. Como se explica no livro acima, às vezes as razões foram muito mais prosaicas... O autor, Pierre Giolitto, quantificou-os em 30.000, um número irrisório considerando as dezenas de milhões de efectivos envolvidos no conflito, mas, mesmo assim, é um número que eu desconfio ter sido algo empolado para dar mais relevância às mais de 500 páginas do livro que ele escreveu.
É que, segundo a documentação oficial datada de 31 de Janeiro de 1944, os voluntários das Waffen SS aliciados para essa luta ideológica (acima) distribuíam-se da seguinte forma, quanto às nacionalidades oriundas da Europa Ocidental: 18.473 holandeses, 6.845 belgas (já aí os 5.033 flamengos e os 1.812 valões pertenciam a unidades distintas…), 5.006 dinamarqueses, 3.878 noruegueses, 2.480 franceses, 584 suíços e 101 suecos¹. Objectivamente, os franceses não pareceram muito seduzidos pelo apelo ideológico pró-europeu!
É que, segundo a documentação oficial datada de 31 de Janeiro de 1944, os voluntários das Waffen SS aliciados para essa luta ideológica (acima) distribuíam-se da seguinte forma, quanto às nacionalidades oriundas da Europa Ocidental: 18.473 holandeses, 6.845 belgas (já aí os 5.033 flamengos e os 1.812 valões pertenciam a unidades distintas…), 5.006 dinamarqueses, 3.878 noruegueses, 2.480 franceses, 584 suíços e 101 suecos¹. Objectivamente, os franceses não pareceram muito seduzidos pelo apelo ideológico pró-europeu!
Outro grupo de franceses que também envergou o uniforme alemão foram os naturais da Alsácia e da Lorena, regiões anexadas pela Alemanha em 1871, recuperadas pela França em 1919 e reanexadas novamente em 1940. Tornados cidadãos alemães nessa data, os alsacianos e os lorenos produziram um total de 135.000 soldados chamados ao serviço que ganharam uma designação malgré-nous (abaixo - já por mim aqui referidos), ou seja mau grado nós no sentido que as circunstâncias os obrigavam a tomar partido quando o não queriam fazer.
Em Abril/Maio de 1945, mesmo no fim da Guerra, não era incomum cruzarem-se no Sul da Alemanha unidades do Exército francês vitorioso e grupos destes soldados de uniforme alemão e língua francesa que tentavam discretamente regressar a França no meio do caos. O ambiente não era de reconciliação nacional e os encontros podiam ser penosos para quem envergava os uniformes dos derrotados. A fotografia abaixo mostra um instantâneo de um encontro, com um desses grupos (à direita) a ser interrogado por um oficial (de bengala).
Em Abril/Maio de 1945, mesmo no fim da Guerra, não era incomum cruzarem-se no Sul da Alemanha unidades do Exército francês vitorioso e grupos destes soldados de uniforme alemão e língua francesa que tentavam discretamente regressar a França no meio do caos. O ambiente não era de reconciliação nacional e os encontros podiam ser penosos para quem envergava os uniformes dos derrotados. A fotografia abaixo mostra um instantâneo de um encontro, com um desses grupos (à direita) a ser interrogado por um oficial (de bengala).
O oficial é o famoso general Philippe Leclerc, o comandante da 2ª Divisão Blindada, unidade de élite do exército francês. A atitude do prisioneiro que lhe responde é respeitadora: note-se-lhe os dedos esticados da posição de sentido. Uma história (apócrifa) inventou um diálogo entre os prisioneiros e o general, que, chamando-lhes traidores, lhes disse: – Como é que vocês, franceses, puderam envergar um uniforme estrangeiro? – Faço-lhe notar, meu General, que também vocês envergam um uniforme estrangeiro – o americano… O que era verdade.
Na versão mais hardcore da lenda, o contrariado Leclerc terá mandado fuzilar estes compatriotas impertinentes.
¹ Soldats français sous uniformes allemands, A. Mergelen, Montpellier 1974, p.79.
Na versão mais hardcore da lenda, o contrariado Leclerc terá mandado fuzilar estes compatriotas impertinentes.
¹ Soldats français sous uniformes allemands, A. Mergelen, Montpellier 1974, p.79.
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