Este senhor chama-se Stephen Hadley, foi membro das administrações de dos dois presidentes Bush e ontem foi convidado do programa GPS na CNN. Foi aí que o ouvi dizer a frase que terá sido a mais importante de tudo aquilo que foi ontem dito naquele programa: depois de criticar (talvez arrasar seja uma descrição melhor...) os objectivos isolacionistas da política externa de Donald Trump, Hadley «acrescentou conformado: «sabe, as eleições têm consequências.» A maneira como, a partir da Casa Branca, se tem estado a escavacar o ascendente na ordem internacional que os Estados Unidos tinham andado a construir desde há 75 anos (veja-se, para exemplo, o meu poste anterior sobre a Coreia), é uma inquietação da classe política que já deu para perceber que o grosso dos americanos não compartilhará. E contudo, as elites daquele povo - de que Hadley é um representante típico - permanecem convencidas que, apesar da transformação dos meios de gestão eleitoral, conseguem gerir ainda os mecanismos da democracia, controlando, antes da votação, as opções que se apresentam a sufrágio. Que não será bem assim, foi o que já se viu em 2016 com Trump. Ironicamente, aqueles que acenam aprovadoramente por Trump ter ganho, são capazes de se vir a arrepender, com a séria hipótese de que o candidato democrata para 2020 possa vir do outro extremo do espectro ideológico, casos de Warren ou Sanders.
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