3 de Outubro de 1929. Gustav Stresemann, o ministro dos estrangeiros da Alemanha morre aos 51 anos em Berlim, vitimado por um AVC* (uma apoplexia, como se lê acima e então se dizia). Numa Alemanha regida pela constituição de Weimar, onde a instabilidade dos governos era a norma, Stresemann representava um esteio na condução da política externa alemã pois, apesar da mudança dos governos, ocupara a mesma pasta dos assuntos exteriores desde Agosto de 1923 - há mais de seis anos! Acima, numa ruptura com o que era o estilo informativo da época, o Diário de Lisboa dá um destaque de primeira página à notícia, com título e desenho (a fotografia estava para além das capacidades gráficas de então e foi adicionada por mim). Não se sabia na altura, mas com Stresemann morria um certo posicionamento cordato de uma Alemanha que ainda mantinha a memória do desfecho da Grande Guerra. Mas importa acrescentar que ajudava à razoabilidade alemã o facto de ainda não se ter desencadeado a Crise económica mundial de 1929. Sem um significado evidente para os presentes, a pouco e pouco mudavam os protagonistas e conjugavam-se as circunstâncias para que a década que se iria seguir fosse a da ascensão dos totalitarismos.
* Uma coincidência que isso tivesse acontecido dez anos e um dia depois do que acontecera a Woodrow Wilson do outro lado do Atlântico.
* Uma coincidência que isso tivesse acontecido dez anos e um dia depois do que acontecera a Woodrow Wilson do outro lado do Atlântico.
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