06 julho 2013

SOBRE CALORES E AQUECIMENTOS

A pretexto do calor que grassa, aproveitemo-lo para explicar como se pode tentar adulterar as opiniões com um gráfico. Os três gráficos que constam deste poste registam, a partir de métodos indiciários distintos que creio será supérfluo detalhar, as variações passadas da temperatura média da Terra em relação à actual.
O que muda em cada gráfico é o horizonte temporal: o primeiro regista essas variações nos últimos 450 mil anos, o segundo nos últimos 5,5 milhões de anos e o último nos últimos 65 milhões de anos. E é extremamente interessante como as conclusões que se podem extrair dos gráficos podem ser tão diferentes à medida que a dimensão temporal dos registos se expandem.
Do primeiro gráfico (com medições de três locais diferentes) conclui-se que vivemos um dos raros picos de aquecimento, repetindo outros breves picos milenares há 400 mil, 325 mil, 240 mil e 120 mil anos atrás. Mas do segundo gráfico conclui-se que o clima na Terra até fora constantemente mais quente do que o é na actualidade até há 3 milhões de anos atrás quando se tornou mais frio mas também muito mais instável.
E do terceiro gráfico pode ver-se como, quando se investiga o passado mais longínquo da Terra, esta registará temperaturas médias substancialmente mais elevadas do que as da actualidade e como elas têm vindo a diminuir desde um máximo de há 48 milhões de anos atrás… Agora, se isto é o que se consegue fazer com as ditas ciências exactas imagine-se o que se pode fazer com ciências humanas e com os mercados

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