Ainda a propósito da manipulação informativa aqui explicada por um poste anterior a respeito de como nos induzem os comportamentos, deixem-me apresentar dois exemplos simples desta manhã noticiosa, um de política, outro de economia:
Ontem à noite, Rui Rio deu uma entrevista à RTP, demarcando-se do PSD oficial, de onde os órgãos de comunicação social, a quente, destacaram tanto as suas críticas a Maria Luís Albuquerque como os seus comentários arrasadores sobre Luís Filipe Menezes: Rui Rio defende saída de Maria Luís Albuquerque e arrasa Menezes. Mas os títulos das notícias que apareceram publicadas esta manhã, mais reflectidos, já só dão destaque a Menezes, esquecendo a ministra das Finanças: Rio diz que seria hipócrita se apoiasse Menezes ou então Rui Rio diz que não vota em Menezes porque ele vai destruir tudo. No meio de um incómodo inevitável para o PSD e para o governo, não parece tratar-se de uma forma habilidosa de confinar as críticas de Rui Rio a um âmbito regional?
Noutro caso, a Jerónimo Martins anunciou hoje os seus resultados no primeiro semestre num daqueles artigos típicos do género, onde quase só se realçam os aspectos positivos das contas de exploração: Lucro da Jerónimo Martins sobe 9% no primeiro semestre. Contudo, simultaneamente, as acções da Jerónimo Martins destacam-se por ser das que mais baixaram na Bolsa de Lisboa no mesmo dia dessa publicação, afectando significativamente o índice bolsista: Jerónimo Martins afunda 5% e leva Lisboa à maior queda da Europa. Perante a incongruência de acções cujo valor baixa quando os lucros sobem, não será de questionar se não haverá por aqui sombra de inside trading e os mercados não disporão de informações suplementares para além daquelas que foram publicadas?...
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