A história dos momentos finais de Benito Mussolini (1883-1945) tem os seus momentos misteriosos mas é conhecida na generalidade. Já aqui a contei. A história dos momentos iniciais do seu cadáver é melhor conhecida. Com o da sua amante Clara Petacci (1912-1945) e os de outros dignitários fascistas, foi dependurado numa bomba de gasolina na praça milanesa conhecida por piazzale Loretto a 29 de Abril de 1945. A cena foi, não só filmada mas também, como se pode ver por este poste, profusamente fotografada. Contudo, ainda que de forma muito subtil, as fotografias acabam por se distinguir. A de cima é a versão mais conhecida. Aliás é a fotografia da Wikipedia¹. Há um conveniente distanciamento entre os cinco executados e a multidão que mais abaixo os contempla.
Nesta outra fotografia, muito semelhante, os cadáveres dependurados passam a seis e aparecem identificados: (da esquerda para a direita) Nicola Bombacci (1879-1945), Gelomini (um ilustre fascista desconhecido sobre o qual nada descobri), Benito Mussolini, Clara Petacci, Alessandro Pavolini (1903-1945) e Achille Starace (1889-1945). Mas há ainda uma outra fotografia, tirada de um plano diferente, onde a população terá sido afastada para tão longe que já não se torna notada, dando uma outra importância aos que estarão autorizados a permanecer junto aos cadáveres. Nesta outra versão estes últimos já se vêem sete pendurados (mais outro desconhecido...) e mais alguns pelo chão confirmando que houve várias mortes mais e que as execuções dos dignitários não foram afinal assim tão selectivas…
¹ Como se verá pela fotografia seguinte, a identificação feita pela Wikipedia parece estar errada quanto ao cadáver de Nicola Bombacci.
A barbárie resultante dos fervores revolucionários, em que se combinam tantas urgências assassinas, não têm lateralidade política. Daí haver comunistas e fascistas pendurados lado a lado.
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