Esta frase é o clímax de um intenso diálogo travado entre o Capitão Willard (Martin Sheen) e o Coronel Kurtz (Marlon Brando) quase no fim de Apocalypse Now.
Kurtz: – Eles chegaram a dizer-lhe, Willard, porque é que queriam acabar com o meu comando?
Willard: – A minha missão é classificada, meu coronel.
Kurtz: – Deixou de ser classificada, não é verdade? Chegaram a dizer-lhe?
Willard: – Disseram-me que tinha enlouquecido completamente e que os seus métodos se tornaram preversos.
Kurtz: – E os meus métodos são preversos?
Willard: – Sinceramente, meu coronel, não vejo qualquer método.
Kurtz: – Estava à espera de alguém do seu género. De que é que estava à espera? É um assassino?
Willard: – Sou um soldado.
Kurtz: – Não é uma coisa nem outra. É um marçano, enviado por merceeiros para cobrar a conta.
Neste filme, é difícil antipatizar com o dilema de Willard, conhecida a sua missão de assassinar o seu compatriota e camarada Kurtz, mas também é impossível discordar de Kurtz quando este menoriza o seu interlocutor tratando-o displicentemente por marçano (errand boy) ao serviço de interesses que em muito o ultrapassam… É isso que me torna aquela frase cada vez mais recorrente nos dias que correm, todas as vezes que penso em Pedro Passos Coelho…
Analogia de efeito absoluto,observação de lucidez cristalina, "consciência possível" a esmagar aos pontos a "consciência real". Muito bom. Abraço
ResponderEliminarAbraço, Artur. Obrigado. Caramba, isto contigo há que não temer as palavras!
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