Reconheça-se o paradoxo que, apesar da abundância informativa que nestes dias parece estar à nossa disposição, continua a existir a mesma dificuldade de sempre para saber que morreu alguém que nos interessa saber que morreu. Foi o que aconteceu com o desenhador belga Edouard (Eddy) Paape (1920-2012), que faleceu já há cerca de três semanas, facto de que só recentemente me dei conta. Acima (clicar para ampliar) pode ler-se uma entrevista sua publicada no Tintin português vai para uns 42 anos (1970).
Aí se pode ler que uma das habilidades de Paape era a de conseguir imitar o traço de uma dezena de colegas seus, algo que se tornava precioso quando algum deles adoecia com gravidade e deixava de conseguir entregar o seu trabalho a tempo. É uma pena que essa habilidade o inspirasse… - lembro-me eu de concluir interiormente na altura em que li aquela entrevista, considerando a fraca conta em que tinha (e mantenho) Paape como desenhador, como já referi de resto aqui, a propósito de Luc Orient.
O Eddy Paape que me ensinou coisas pelas quais lhe estou grato é o das histórias realistas completas em quatro páginas. Inseri aqui os princípios dessas mini-biografias do general Bugeaud (1784-1849), do advogado Berryer (1790-1868) e do industrial André Citroën (1878-1935). Todos franceses enquanto Paape é belga… E as histórias são de uma simplicidade e procuravam transmitir um optimismo que se percebia ser descabido depois de se aprofundar o assunto. Mas à época, eram as únicas que tratavam daqueles temas…
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