11 março 2012

OS ÚLTIMOS BASTIÕES OCIDENTAIS DO III REICH

Quando da libertação de França no Verão de 1944, houve guarnições alemãs que não conseguiram retirar-se a tempo, ficando para trás, cercadas pelas unidades aliadas. O comando alemão preferiu concentrá-las na defesa dos portos franceses do Atlântico, para que elas impedissem a utilização desses portos pelos Aliados. E a conquista do porto de Brest pelo VIII Corpo de Exército dos Estados Unidos – já aqui contada – veio a demonstrar quanto as operações de cerco se viriam a revelar caras em custos humanos mas ineficientes nos resultados, por causa das sabotagens que os alemães aplicavam às instalações portuárias antes da derrota final. Por isso, do lado dos Aliados, decidiu-se não desencadear mais operações ofensivas contra os portos franceses que ainda estivessem em poder do inimigo.
Foi assim que perduraram por mais nove meses (até ao fim da guerra, em Maio de 1945), bolsas de resistência alemãs em território francês que estavam concentradas à volta dos portos atlânticos de Lorient, Saint Nazaire e La Rochelle (acima, assinalados a azul). Mas não eram apenas pequenas parcelas do território francês a permanecer sob ocupação germânica: também as Ilhas do Canal (britânicas – acima assinaladas a vermelho) encontravam-se na mesma situação com um problema semelhante ao das bolsas do continente: os alemães não tinham tido os meios navais suficientes para evacuarem as guarnições das ilhas e os britânicos não se mostravam interessados em gastar recursos para montar complicadas operações anfíbias para recuperar a sua soberania, numa guerra cujo desfecho parecia próximo.
As condições de vida para os civis aprisionados dentro dessas bolsas de resistência eram precaríssimas, mesmo pelos padrões de guerra. A mais povoada era a de Saint Nazaire (mapa acima) onde 120.000 civis coabitavam com 25.000 militares que, naturalmente, tinham todas as prioridades em termos de abastecimentos. A proporção entre militares e civis era ainda mais pesada noutros locais: em La Rochelle os militares eram 22.000 para apenas 40.000 civis. E os sitiantes viam-se divididos entre a aplicação de bloqueios – os britânicos podiam fazer um naval, total, ao redor de Jersey, Guernsey e das outras Ilhas do Canal – ou permitirem a passagem de alguns meios de subsistência que aliviassem os sofrimentos dos seus compatriotas. Os franceses mantiveram a rede eléctrica das cidades sitiadas, por exemplo.
Mas a melhor forma encapotada de socorrer essas populações era através da intervenção de terceiros, fossem eles a Cruz Vermelha ou então países neutros como a Espanha. Os acordos prévios entre as partes permitiram a passagem desses navios de reabastecimento cuja carga era depois distribuída de uma forma considerada aceitável entre militares alemães e civis franceses ou britânicos. Porém, para outras partes esses acordos não interessavam nada. Por essa época, os cartazes do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), partido anti-franquista recentemente conduzido ao exílio, recordava aos franceses (acima) para que não se esquecessem que os alemães que resistem ainda nas costas francesas do Atlântico são reabastecido por Franco. Franco que, no fim da Guerra, até estava agora empenhado em mostrar-se prestável

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