07 março 2012

TONY BENN

À sua maneira, Anthony Neil Wedgwood Benn (1925- ), mais conhecido pela forma de tratamento muito mais proletária de Tony Benn, foi um fenómeno muito próprio na política britânica da segunda metade do Século XX. Como tal, foi um dos poucos políticos reais a ser digno de uma referência expressa nesse reverenciado Tratado de Ciência Política que dá pelo nome de Yes, Minister: Político da esquerda radical que se tornou proeminente durante os anos 70 e início dos anos 80, filho de um Par do Reino, educado em Westminster e Oxford, principalmente recordado¹ por falar de forma ceceada, pelos seus olhos esbugalhados e pelos seus esforços empenhados para disfarçar as suas origens privilegiadas bebendo canecas de chá com membros das cooperativas operárias. (p. 275) Tony Benn e a hard left chegaram a ser levados suficientemente a sério para que Frederick Forsyth fizesse dele(s) uma personagem da sua novela de espionagem O Quarto Protocolo de 1984. Mas Benn perdeu o seu assento parlamentar de vez em 1983 e depois disso, mantendo-se engajado em várias causas, não deixa de ser simbólico que o seu website oficial prometa remodelar-se… durante este ano de 2005. Porque é que me lembrei de Tony Benn? Por associação de ideias. Vinha no carro esta tarde a ouvir na rádio a intervenção - radical, como sempre - de Francisco Louçã na Assembleia da República e deu-me para aqui

Adenda de 8 de Março: Deambulação que não impede o reconhecimento do seu sucesso num dos problemas que ali apresentou: o dos pagamentos à Lusoponte. Tanto a passagem das culpas por parte do governo como (especialmente) o aparecimento (atrasado) do PS a cavalgar o episódio, apontam para a fundamentação politicamente acertada da interpelação de Francisco Louçã.

¹ Yes, Minister, recorde-se, apresenta-se escrito como se se tratasse de uma obra de Memórias Políticas publicada no futuro, em 2022.

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