
Já serão muito poucos os que saberão ainda quem foi
Ernesto Hintze Ribeiro (1849-1907, acima, à esquerda) ou
José Luciano de Castro (1834-1914, à direita). Contudo, ambos foram
Presidentes do Conselho e chefes do Governo por três vezes no período terminal da Monarquia, alternando-se no poder entre 1893 e 1906. Estou convencido que, mesmo entre a minoria que sabe quem foram, nem todos conseguirão apontar quem dirigia o partido regenerador, quem liderava o partido progressista. Na época, porém, a rivalidade pessoal entre os dois devia ser do mais
escaldante da actividade política…

Mas o tempo terá por missão
depositar pó em cima dos
grandes acontecimentos para os reduzir às devidas proporções. Apresentei o exemplo acima porque me deparei com uma fotografia com
Kaúlza de Arriaga (1915-2004) celebrando o sucesso da
Operação Nó Górdio (1970, acima), e me deitei a especular se, a esta distância temporal, não se conseguirá perceber já que aquilo que então o separaria do seu grande
rival António de Spínola (1910-1996, abaixo) era muito mais circunstancial do que substancial, e que os dois não passariam afinal de dois
procônsules de um Império prestes a implodir?...
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