20 maio 2006

POUPÉE DE CIRE, POUPÉE DE SON

As tecnologias têm permitido sofisticar as nostalgias. Há agora um site onde é possível encontrar toda a espécie de videoclips, alguns que nem sequer foram guardados dessa forma ou com esse propósito, como interpretações em Festivais da Eurovisão dos anos 60 e 70.

Foi lá que fui encontrar algumas canções do Festival de 1965, disputado em Nápoles, incluindo Simone de Oliveira cantando Sol de Inverno e uma moçoila espanhola cantando uma outra coisa do mesmo estilo. Mas a vencedora foi a canção do Luxemburgo, intitulada Poupée de cire, poupée de son interpretada por uma cantora bonitinha de 17 anos chamada France Gall.

É interessante comparar os videoclips da concorrente espanhola e de Simone de Oliveira com o da canção vencedora, e a forma como a própria realização dá realce à frescura, à beleza e à inocência (que não à voz, coitadinha, que a não tem) de France Gall. Não é muito arriscado dizer que esta canção só ganhou o Festival porque este era televisionado.

Rever estes episódios também é nostálgico por nos levar à época em que também nós éramos inocentes, não nos apercebíamos das manipulações a que éramos sujeitos e acreditávamos que o jogo era limpo e que uma boa canção portuguesa poderia um dia vir a ganhar o Festival.

1 comentário:

  1. A manipulação nos festivais da canção só encontra paralelo nas competições de futebol.
    Talvez não fosse o caso do Festival de San Remo, ícone supremo da poesia da bela Itália, a mesma Itália do actual escândalo-Juventus.
    Juventus, juventude era a nossa quando ouvíamos Ornella Vanoni cantar "Abraciami forte", o Pino Donaggio, a Milva, o Domenico Modugno... Que bela cosa!!!

    Nos festivais da Eurovisão, era tudo decidido antes, com a indústria discográfica e a televisão aos comandos.

    Não sei se há algum piloto no avião, mas desconfio que não há gente séria nestes negócios mascarados de competição...

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