06 maio 2006

A IMPORTÂNCIA DE SE SAIR OU NÃO SAIR BEM NA TELEVISÃO


Talvez já não se recordem de um senhor chamado Dan Quayle (à esquerda), que foi vice-presidente dos Estados Unidos de 1989 a 1993, conjuntamente com George Bush pai. Normalmente um vice-presidente atinado – como Al Gore, com Clinton - não é notícia, mas Dan Quayle fartou-se de ser notícia.

Desde uma gaffe demonstrativa de um analfabetismo funcional (ensinou um aluno da primária a escrever potatoe – batata - em vez da ortografia correcta potato) a polémicas desnecessárias com um episódio de uma série cómica de sucesso (Murphy Brown), as enrascadas de Quayle tornaram-no e tornaram-se lendárias.

Um debate colateral que se desenvolveu, a propósito da sua pessoa, foi o de questionar se uma boa aparência televisiva – a telegenia – se poderia estar a sobrepor demasiado a outros atributos na gestão de uma carreira política nos Estados Unidos. Para todos os efeitos Quayle, quando foi eleito, já era um senador veterano!

Lembrei-me de Quayle, quando vi a jovem esperança e candidato a líder do PP, João Almeida (à direita), à entrada do Congresso, hoje na televisão. É que, ao menos, a este último, nada lhe fica bem: vista o que vestir, penteie-se como se pentear, coloque a voz como quiser, não se escapa da imagem de puto que ninguém leva a sério.

Eu bem sei que a circunstância de combinar cargos de direcção de juventudes partidárias com as de claques de clubes de futebol dá de João Almeida uma imagem de quem pode considerar as duas actividades aparentadas. E que o seu CV dificilmente englobará outras actividades além das ocupadas por mérito partidário, como os de chefe de gabinete de Maria José Nogueira Pinto ou de deputado.

Mas, no debate que se antecipa para o congresso do CDS, é importante ouvir João Almeida e julgá-lo pelo que diz e pelas ideias que apresenta, em vez de sorrir com condescendência pelo que ele parece. Foram raciocínios simplistas como esse que projectaram Quayle à vice-presidência dos Estados Unidos.

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