29 de Novembro de 1944. Foi a data escolhida pela Resistência albanesa para considerar o seu país definitivamente liberto da ocupação das tropas alemãs, data essa que posteriormente veio a ser comemorada como o Dia da Libertação (Dita e Çlirimit em albanês). Assemelhando-se em muitos aspectos aos outros movimentos de Resistência balcânicos, casos do jugoslavo ou do grego, também o albanês aparecia totalmente tutelado pelo partido comunista local. Alcançado o poder, os comunistas albaneses iriam construir um estado que se tornaria célebre por ser, simultaneamente, e durante os 45 anos que se seguiriam, o país mais isolado da Europa e também o mais pobre. E no entanto... Sempre me intrigou como a proclamada pureza ideológica - e que tanto encantou tantas luminárias da UDP durante os tempos do PREC, mas essa é toda uma outra história... - do regime albanês tivesse à sua frente uma pessoa com a aparência castiçamente jovial do seu grande líder Enver Hoxha (1908-1985). Ao contrário da forma tipicamente façanhuda como os dirigentes dos partidos comunistas aparecem fotografados, nestas fotografias: a de cima datada dessa época, onde podemos apreciar um Enver Hodxa que se distingue dos demais pela expressão, por não assumir uma pose marcial, por ter a túnica aberta, por ser o único a fumar; e na de baixo, de tanta descontracção no cerro do punho, até parece ser um marxista-leninista menos compenetrado. E era esta pessoa, que tomaríamos à primeira vista por um bacano, a face de um dos regimes comunistas mais herméticos e repressivos de sempre!
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