6 de Novembro de 1999. Tinha lugar na Austrália um referendo com a questão do país se transformar numa república. Herdando a estrutura constitucional vigente, só mudando a figura do chefe de estado, no caso da vitória do sim (assinalada no mapa acima a verde), o presidente teria funções limitadas, sendo eleito pelas câmaras. Mas, apesar da moderação da proposta e do peso da opinião publicada, venceu o não com quase 55% dos votos. A ressonância do republicanismo devia-se ao facto de estar concentrado entre o eleitorado urbano, conforme se comprova pelos mapas acima, onde se podem observar as suas vitórias nos círculos eleitorais das capitais dos estados: Sidney, Melbourne, Brisbane, Adelaide. Mas no cômputo geral, todos os estados se manifestaram a favor da manutenção da figura de Isabel II como chefe de estado. É para lembrar àquelas pessoas assim mais conservadoras, que acontece obterem-se surpresas agradáveis quando se fazem consultas populares. E o desfecho delas tem uma legitimidade política acabrunhante para quem defende a posição derrotada - há vinte anos que ninguém fala em repúblicas lá para o lado da Austrália. É só uma ideia que me ocorreu, a propósito da questão do referendo da Catalunha...
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