10 de Novembro de 1939. Quem lesse as páginas centrais da edição desse dia do Diário de Lisboa ia ter uma panorâmica alargada do que haviam sido as reacções diplomáticas e jornalísticas das diversas capitais ao atentado que tivera por alvo Adolf Hitler. Não surpreende que os alemães destacassem as mensagens de apoio que haviam sido recebidas do seu principal aliado, a Itália. Menos previsíveis mas mais compreensíveis, pensando a delicadeza da posição holandesa na cena internacional, eram as felicitações que haviam enviadas pela soberana holandesa, Guilhermina. Canónicas, as felicitações do papa Pio XII vindas do Vaticano. Quanto aos americanos, socorriam-se de uma formalidade para não se pronunciarem sobre o assunto. Enquanto isso, a ausência de comentários em Madrid constituía uma verdadeira surpresa. Comentários esses, que abundavam em Londres, descartando as acusações que Berlim fizera aos britânicos e aos judeus e atribuindo a autoria do atentado, caso ele não tivesse sido encenado, aos próprios oposicionistas alemães. Esse mesmo género de comentário, foi causa da apreensão de um jornal socialista em Bruxelas, as autoridades belgas terão temido que os alemães se aborrecessem. Quanto à opinião da outra esquerda, a totalitária, em Moscovo exprimia-se «pesar e indignação» pelo atentado, acompanhados da «satisfação» por Hitler ter «escapado ao mesmo».
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