01 novembro 2019

INICIATIVA LIBERAL - «O PARTIDO SEM DINHEIRO»?...

Uma das novidades da última campanha eleitoral foi a campanha de cartazes da Iniciativa Liberal. Não apenas nem sobretudo a qualidade dos cartazes, aspecto enaltecido pelos próprios promotores, mas sobretudo a quantidade (veja-se acima), diga-se mesmo a prodigalidade que lhes permitiu seleccionar até os locais em que os seus cartazes desdissessem e criticassem aquilo que os partidos rivais haviam afixado precisamente ao lado (vejam-se os exemplos centrais). Ora para fazer tudo isto foi preciso dinheiro. Muito. Que deve ter vindo de algum lado. Eles lá na Iniciativa Liberal devem estar bem relacionados. E a origem desse financiamento é uma questão politicamente interessante. Afinal, a Iniciativa Liberal não é uma formação política com o mesmo historial e presença parlamentar do que o Bloco de Esquerda de há quatorze anos, quando, neste mesmo blogue, uma profusão de outdoors de Francisco Louçã a "olhar-nos nos olhos", me fez fazer a mesma pergunta que agora faço a respeito da Iniciativa Liberal: onde é que eles foram arranjar o dinheiro para pagar aquilo tudo?
Não precisam de responder, mas uma coisa é certa: não é com lengalengas de partido pobrezinho, que se financia através de "peditórios entre os seus membros" que a Iniciativa Liberal pode granjear o nosso respeito (acima: mensagem do seu dirigente Carlos Guimarães Pinto a despedir-se da liderança do partido). É uma daquelas mentiras políticas tão grosseiras que faz lembrar, ainda a propósito de dinheiros, a resposta de Álvaro Cunhal numa entrevista da RTP, quando lhe perguntaram qual era o seu ordenado como funcionário do PCP: o ordenado mínimo nacional(!), foi a resposta. Mais do que uma aldrabice, era um gozo, e descarado, ao jornalista - ele que fosse tentar provar que Cunhal ganhava mais do que isso... - mas também a toda a audiência. E eu, mesmo que, ou sobretudo por, não gostar de Álvaro Cunhal, não apreciei que tivessem gozado comigo assim tão descaradamente. Também Carlos Guimarães Pinto parece estar agora a tentar chuchar descaradamente com o auditório com esta aldrabice do partido pobrezinho. E se a mensagem política privilegiada por aquela formação é a de mensagens de impacto estético, aqui vai a sugestão do meu outdoor de resposta, que não se poderá afixar por fracasso do crowdfunding por mim promovido: ele que vá chuchar na chupeta dele...

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