16 de Agosto de 1939. Já aqui foi dito, mas nunca é de mais repeti-lo quanto o Verão de há oitenta anos foi quente e longo, e quanto, ao contrário do que se costuma crer, a eclosão da Segunda Guerra Mundial logo nos primeiros dias de Setembro foi recebido como as primeiras chuvas que anunciam o Outono, a confirmação do que há muito se estava à espera. Esta edição de 16 de Agosto de 1939 é eloquente da atitude de quem, não a desejando, aguarda o início de uma guerra como conclusão inexorável de uma situação internacional para a qual não se vê volta a dar. Na primeira página fala-se de exercícios e manobras militares, que todos os países realizam, os Estados Unidos, a Turquia, a Roménia, a Austrália, a Itália, que convidou para a ocasião um general alemão que aparece sorridente na fotografia. Não há fotografia, há apenas a notícia, que Churchill foi visitar a Linha Maginot, o que deve ter sido um interessante exercício turístico nesse mês de férias de Agosto. Na última página, um incidente entre sentinelas onde morreu um soldado polaco transforma-se num cabeçalho e num pretexto para que Berlim e Varsóvia troquem acusações e assumam posições cada vez mais rígidas.
Eu espero, muito sinceramente, que não seja nada parecido com isto que se esteja a passar com a dita guerra comercial entre os Estados Unidos e a China... tantas são as ameaças que se ouvem de Trump, que os países, por acção ou reacção, acabam por ficar presos às posições que assumiram.
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