Esta notícia de há cinquenta anos confirma-nos a impressão que a ideia de dar um ênfase de negócio imobiliário à cessão de parcelas territoriais a outros países nunca andou muito longe das ideias de pessoas que pensavam no assunto. A pessoa que acima aparece em destaque chamava-se Morris Bennett, era inglês, e, como se pode ler, escreveu ao secretário-geral da ONU de então, com a sua ideia de vender Gibraltar aos espanhóis, com um preço e tudo. O assunto teve o destaque da página 13 de um vespertino lisboeta em dia de Santo António porque nem tudo deve ser sorumbático num dia desses, feriado municipal da cidade. Agora quando o pensador que pretende fazer o mesmo com a Gronelândia foi eleito presidente dos Estados Unidos, a notícia salta necessariamente para a primeira página do noticiário, e para isso importa a identidade do autor da ideia, não o valor da ideia em si, que esse continua a ser o mesmo que era subentendido há cinquenta anos para Gibraltar. O que acho espantoso é que se critique quem classifica a ideia do senhor Donald Trump sobre a Gronelândia com a mesma seriedade como outrora se classificou a ideia do senhor Morris Bennett sobre Gibraltar. A substância da ideia parece-me ser a mesma...
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