13 de Agosto de 1989. A embaixada da República Federal da Alemanha em Budapeste, na Hungria, vê-se obrigada a encerrar ao público, por se ter esgotado a sua capacidade de acolhimento de cidadãos da outra Alemanha, a dita Democrática, que pretendem emigrar para a Alemanha Ocidental. Como se pode ler na notícia acima, recolhida do insuspeito Diário de Lisboa, cujas simpatias pró-comunistas eram conhecidas, aquela era já a segunda representação diplomática da Alemanha Federal num país de Leste a ter que encerrar por causa da saturação de refugiados este-alemães que procuravam emigrar. O mesmo iria acontecer daí por uns dias com outras embaixadas na vizinhança: Praga, Varsóvia e Viena. A máquina da propaganda não parava, a decisão tivera lugar precisamente no dia em que se assinalava o 28º aniversário do começo da construção do Muro de Berlim e isso não era coincidência, enquanto o presidente americano de então, George Bush (pai), aproveitava o momento de fragilidade para atacar o simbólico Muro, enquanto do outro lado, o «Governo alemão democrático» defendia-se como podia, reiterando «a defesa do muro de Berlim, e qualificando de "ilusórias" as esperanças do Ocidente em o ver demolido», palavras que dali por três meses iriam ser reduzidas a ridículo. Estava a assistir-se ao início da reunificação alemã, mas ainda ninguém dera por nada.
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