Tarola é um pequeno tambor que soa claro mas cujo rufar não se ouve muito longe. Não confundir com estarola.
Os tarolas das redes sociais são uns indivíduos que se atribuíram para si o papel de defensores do legado de Pedro Passos Coelho, confiantes que ele, como um dom Sebastião do século XXI, há de regressar um dia. Os tarolas despendem ⅓ do seu tempo (e atenções) em arriar em António Costa, o malabarista que engendrou a espúria geringonça, mas os mais substantivos ⅔ da sua verve crítica concentram-se em Rui Rio, o usurpador, que não sabe fazer a oposição rábica ao primeiro como eles acham que devia ser feita. Portanto, não se percebe muito bem o que é que eles querem. Mas percebe-se muito bem de quem não gostam. Ontem, por exemplo, ficaram furibundos (acima) porque Carlos Moedas, que criara a reputação de ter sido um indefectível da confraria de Passos Coelho (abaixo), se deixou fotografar abraçado feliz a António Costa, como se se tratasse de uma cena final de um filme de Hollywood.
Há coisas que têm mais piada por acontecerem a quem acontecem. Os tarolas, considerando-se príncipes da lucidez e do maquiavelismo político em tudo o que publicam, que nunca são apanhados a dormir nas suas análises políticas e julgamentos de carácter, aparentemente não tinham dado até aqui por um daqueles mariolas que, tendo sido de outras senhoras (abaixo, vêmo-lo a apoiar Paulo Rangel contra Passos Coelho nas eleições internas do PSD em 2010), foi entre 2011 e 2015 da senhora de que os tarolas gostam tanto, passou desde 2016 a ser desta, e ainda há de querer ser da próxima - ele é (considera-se, pelo menos...) polifacetado! Por uma vez, tenho pena que aquela parelha ali de cima mais as suas publicações de facebook, e outros parecidos com eles, sejam uns tarolas, e que o seu rufar encornado e moralista não se ouça para lá das redes sociais.
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