Há muitos instantâneos que só se tornam interessantes com o tempo, quando os acontecimentos posteriores conferem significado àquilo que ficou inicialmente registado. No caso do momento desta fotografia acima, enquanto uma circunspecta Maria Luís Albuquerque fica para trás a prestar esclarecimentos a alguém que não se vê na imagem, mais próximos da objectiva, a dupla Carlos Moedas/Vítor Gaspar desenfia-se com uma indesmentível expressão de satisfação nos rostos. No momento em que, com a publicação dos resultados da Caixa Geral de Depósitos, a equipa financeira que nos iria dirigir de uma forma totalmente diferente a partir de 2011 é, mais uma vez, colocada em causa em função dos resultados concretos do seu legado, é tão significativo quanto injusto que a dupla dos bem dispostos da fotografia acima se veja mais uma vez protegida pela circunstância de terem sabido em devido tempo colocar milhares de quilómetros entre as suas pessoas e os problemas que deixaram para trás para resolver. Eu estou substancialmente em desacordo com o que tem dito Maria Luís Albuquerque, embora compreenda que ela está a defender a sua conduta. Mais do que discordo dela, mas ainda assim respeito-a. Porque há que fazer a distinção entre quem se defende e aqueles que preferem ter desaparecido em combate aí pela Europa. É preciso recordá-los, mormente porque há entre os segundos quem saiba cá aparecer, quando a ocasião é de fazer campanhas de charme...
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