22 março 2017

A DEPOSIÇÃO DO PAPA

Se há coisa que me irrita são aqueles ignorantes que, sem saber enumerar sequer uma versão dos Dez Mandamentos, quanto mais fazer um resumo em três linhas do impacto sociológico e teológico do concílio Vaticano II, se acham habilitados para comentar de cátedra as tensões internas da igreja católica. Exemplo: Daniel Oliveira. Mas até o próprio Daniel Oliveira parece sair absolvido da unção do disparate magno se contraposto à realização deste colóquio acima, prometido para o final deste mês em Paris e promovido nitidamente pelo outro lado do espectro político de uma igreja que pretende manter sempre a ilusão que não tem facções. Os seus promotores parecem estar visivelmente tão irritados com a actuação do Papa Francisco que, quatro anos após a sua entronização, avançam inequivocamente com a proposta da sua deposição, sem outro processo. O que me diverte sobremaneira é aquela última linha anunciando o programa científico. É que é precisa imensa ciência para produzir argumentação em prol da deposição do poder existente. Desconfio que, por essa lógica, o próximo congresso do PSD depois das autárquicas, por exemplo, vai ser cientificíssimo, quase equiparado a um congresso de Astrofísica.

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