Porque me foi contada por uma testemunha com sentido de humor e capacidade de observação, a história da manifestação e da contra-manifestação da Avenida de Berna desta semana teve muito mais piada que a bisonha descrição que foi publicada pelo Expresso. Corrobora o que me disseram: que o fascismo deixou de ser uma ideologia para se tornar num insulto, quando se pode ler acima que aqueles que, teoricamente, se deviam orgulhar do epíteto, devolvem-no agora como insulto aos seus rivais. Ora esta concepção multifuncional do fascismo transportou-me saudosamente ao passado, àquele primeiro mês imediatamente depois do 25 de Abril em que fascismo e ser-se fascista carregava consigo as culpas de todos os erros do Mundo. E em que o Peidinha, jovem já então muito atento às evoluções politicas que o rodeavam, e a quem estava prometida uma promissora carreira política (só que, ironicamente, no CDS quando este foi PP...), se decidiu a actualizar o seu catálogo de insultos tendo em atenção o novo Portugal democrático. Para além dos insultos mais canónicos, Cabrão! Filho da Puta!, o Peidinha rematava agora com a vergasta do insulto supremo: O teu pai é um Fascista!
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