Excepcionalmente por esta vez, este poste circunscreve-se àqueles que compreendam o inglês com fluência. O senhor do vídeo acima chama-se Keith Olbermann, é um comentador televisivo norte-americano e está a explicar como é fácil gerar uma conspiração que venha a substituir o presidente Donald Trump pelo seu vice-presidente Mike Pence. Mas também como é fácil ao presidente deposto gerar uma outra conspiração para regressar ao poder, depondo o vice-presidente recém-empossado. E a coisa não acaba aí... Para quem pense o quanto Olbermann está a ser imaginativo, permitam-me evocar o enredo de Crimson Tide, um filme de guerra de 1995, protagonizado por Gene Hackman e Denzel Washington (abaixo) e cujo enredo segue canonicamente as vicissitudes da descrição acima. Quem se lembrar do filme, recordar-se-á que a acção decorre num submarino nuclear equipado de misseis balísticos com ogivas atómicas e a divergência prende-se com a atitude a tomar com uma ordem de lançamento desses mísseis que acabou interrompida. Comandante (Hackman) e imediato (Washington) disputam o controle do navio a golpes de força. Neste novo enredo pós-moderno de Olbermann, a bagunça seria já na própria Casa Branca, o sítio de origem das ordens para empregar os tais mísseis... e todo o restante armamento nuclear dos Estados Unidos. Verdade que a delicadeza do tema e da função nunca impediu que na filmografia norte-americana houvesse centenas de enredos envolvendo a Casa Branca, já assisti, com Harrison Ford, a cenas de pancadaria na sala oval como se ela mais não fosse do que um saloon de formato esquisito, mas reconheça-se que a sua ocupação a sério por Donald Trump abriu um novo espaço à imaginação dos argumentistas.
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