Tintin no País do Ouro Negro foi uma aventura que começou a ser publicada em 1939, mas que veio a ser interrompida por causa da invasão alemã da Bélgica¹, só vindo a ser retomada e concluída muito posteriormente, entre 1948 e 1950. Mas é por causa desse início atribulado que se podem encontrar nas suas páginas iniciais referências explosivas a um êxito musical de Charles Trenet, Boum!, que entretanto passara completamente de moda desde 1938, num registo pueril genuíno da época em que fora concebido mas um pouco embaraçoso, tendo em conta tudo aquilo que se viera a passar depois, de 1939 a 1945.
¹ As versões benignas que li, que desconfio influenciadas pelas tendências políticas de Hergé, costumam atribuir essa interrupção à Guerra em abstracto. Contudo, quando a história se começou a publicar no Outono de 1939 já a Guerra começara, embora a Bélgica ainda permanecesse neutral. O que verdadeiramente provocou a interrupção da publicação da história foi a ocupação alemã de Bruxelas na Primavera de 1940 com a proibição de circulação de jornais, nomeadamente aquele onde se publicavam as tiras com as aventuras de Tintin.
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