França, 20 de Agosto de 1944. Dois meses e meio depois do desembarque dos Aliados, os seus exércitos já não conseguem ser contidos pelos alemães e as colunas blindadas anglo-americanas irromperam por toda o hexágono. Às 07H00, em Vichy no Hotel do Parque, um soldado com uma barra de ferro arromba a porta do quarto do Marechal Philippe Pétain, ainda considerado o chefe de um Estado Francês que estava então em vias de se desmoronar. No vestíbulo, os homens da sua guarda estavam armados mas haviam sido proibidos pelo próprio de resistirem naquela eventualidade: uma resistência que apenas teria carácter simbólico. Tão simbólico quanto o protesto entregue ao núncio papal e ao ministro da Suíça, convocados por Philippe Pétain àquela hora matinal para testemunharem o rapto a que estava a ser sujeito. Sai, de bengala e chapéu, muito digno nos seus 88 anos, em direcção a uma das viaturas alemãs da coluna militar que o levará para Leste, para a Alemanha, quando de entre o pequeno grupo de fiéis que acompanha a cena irrompe uma última, quase desafiadora mas inconsequente, Marselhesa.
Além de ter hoje partido para Berlim, Pedro Passos Coelho é conhecido por ter boa voz. Nem de propósito, Pétain deixou então uma mensagem aos franceses¹ que Pedro Passos Coelho poderá, com as evidentes adaptações de circunstância, recalibrar futuramente, justificando-nos a sua conduta nestes últimos anos.
Há coincidências arrasadoras... Todos têm dois "p" no nome: Philippe Pétain, Pedro Passos e Paulo Portas.
ResponderEliminarA única diferença: as PPP's não existiam no tempo do Marechal!