A pretexto da corrida aos supermercados Pingo Doce neste 1º de Maio recupero esta velha canção dos Doors, People are Strange (O povo é estranho). Contudo, neste lamentável episódio, o mais estranho nem terá sido o povo mas antes as elites. A política com a Esquerda a querer ver o Pingo Doce investigado por causa da data escolhida para realizar a promoção, a económica com os quadros da própria instituição a congratularem-se pelo valor canalizado para a sociedade (seja qual for a unidade de conta do valor e o significado da canalização) e a académica a opinar como a crise não justificará aquilo que aconteceu.
Os primeiros parece-me que, como no Mundo em que evoluem, consideram que tudo o que acontece gira à volta da política e é motivado por ela, os segundos parecem-me isolar-se no Mundo deles, económico mas não social, e têm decisões e atitudes que nos fazem lembrar o episódio pré-revolucionário de 1789 quando Maria Antonieta sugeriu que o povo comesse brioches, quanto aos terceiros, segregados num Mundo a que ninguém fora dele liga importância, não conseguem resistir a dizer qualquer coisa nas ocasiões em que a comunicação social lhes dedica atenção…
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