Depois do 25 de Abril também a música portuguesa fez uma inflexão revolucionária e só se ouvia da dita música. Entre os seus expoentes e para exemplo, José Mário Branco cantava que a cantiga era uma arma… contra a burguesia. Quanto ao povo, também aqui neste campo dos gostos musicais o MFA tentou dinamizá-lo culturalmente. E com igual insucesso. Apesar de alguns ensaios (tardios) de realizar um sincretismo entre o estilo popular tradicional e o revolucionário, à falta de produção nacional que desaparecera, revelou-se uma nova e improvável vedeta musical belga – Art Sullivan – cantando em francês, dada a conhecer provavelmente pela comunidade emigrada. Durante meses não teve rival. Era a constatação doutrinária da especificidade revolucionária portuguesa, onde à força do internacionalismo proletário se sobrepunha a do internacionalismo foleiro…
Sobre o nacional foleirismo, hoje o Pingo Doce resolveu pôr à prova o quanto estamos bem lá no fundo da escala.
ResponderEliminarPelo que leio nos jornais on-line, houve cenas de pancadaria e até funcionários agredidos.
Pessoas que entraram com a ideia de gastar 50 euros e gastaram 300 -- tudo porque estava a 50% do preço habitual.
Estas cenas fazem-me lembrar aqueles tempos medievais em que o senhor se acercava da janela do palácio e deitava umas moedas para o meio da populaça.
E a populaça reagia agredindo-se sem dó, tudo para ficar com uma moedinha!
E, lá em cima, o senhor e os seus amigos, a rir-se das figuras tristes que os pobres fazem.
Não creio que fosse esta a ideia do sr. Pingo Doce, mas o resultado foi uma vergonha.
E, entretanto, os pobres -- a tal populaça -- estão cada vez mais desamparados e sem lei que os proteja.
Já faltou mais para voltarmos a 28 de Maio.