23 setembro 2020

O DELÍRIO ABSURDO NO DISCURSO POLÍTICO

Na América de Trump, os discursos do presidente raiam sempre o absurdo e a demissão da comunicação social em denunciar esse absurdo, logo desde o momento em que é formulado, na escolha dos títulos da notícia, por exemplo, tende a torná-la cúmplice do delírio em que se tornou a governação dos Estados Unidos. Aquilo que assistimos acima - Trump diz que evitou cenário de mais de 2,5 milhões de mortos nos EUA - é um governante a dissociar-se das suas responsabilidades, invocando um hipotético cenário (2,5 milhões de mortos) que ele nem sequer explica em que circunstâncias ocorreria. Ele não explica, mas também não se lhe consegue perguntar. E, se se lhe chega a perguntar, ele também não responde. E, não respondendo, mesmo que haja quem insista na pergunta, ele inventa outro delírio novo para que o primeiro seja descartado. Por exemplo, Trump também poderia dizer que evitou cenário de mais de 250 milhões de mortos nos EUA. Bastou-lhe não ter desencadeado a III Guerra Mundial Mas, absurdo por absurdo, quererá Trump que os americanos lhe agradeçam por a não ter declarado?... Tem vezes em parece que só a argumentação absurda é eficaz contra a sua própria espécie. Donald Trump faz lembrar o tenente Frank Drebin nesta cena abaixo de «Aonde Pára a Polícia?»: Foi ele que estacionou descuidadamente o carro, foi ele o responsável por todos os estragos que o automóvel negligentemente estacionado veio a causar, mas é ele o primeiro a perguntar, de forma ostensiva e indignada, se alguém tirou a matrícula ao (seu...) carro, se alguém vira quem o conduzia? E depois, que alguém trate do assunto, que ele tem que ir lá para dentro. Só que a cena é de um filme e uma comédia. A América é uma tragédia de 200 mil mortos.

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