05 abril 2020

QUANDO O MISTÉRIO DO CRIME DO GUINCHO AINDA NÃO ERA A BALADA DA PRAIA DOS CÃES

5 de Abril de 1960. Nas páginas centrais do Diário de Lisboa publicava-se este artigo a respeito de um cadáver que aparecera a 31 de Março na praia do Guincho e que, entretanto, viera a ser identificado como sendo o do capitão José Joaquim Almeida Santos, um oficial do exército que se evadira do estabelecimento militar prisional de Elvas, onde se encontrava detido, na sequência do envolvimento numa conspiração para a eclosão de uma revolta militar. Em 1960, tratava-se de um assunto importante, porém delicado. Quem matara o capitão rebelde? E porquê? Mas dali por mais de vinte anos, em 1982, virá a ser um episódio popularizado por constituir, em versão ficcionada, o núcleo de um romance de sucesso intitulado Balada da Praia dos Cães, da autoria de José Cardoso Pires. Cinco anos transcorridos, a mesma história será transformada em filme, realizado por José Fonseca e Costa. Mas o mais surpreendente, e menos conhecido dos documentos a respeito deste caso policial, é o livro que veio a ser escrito pelo próprio protagonista, o inspector Correia das Neves, que na notícia acima lemos a primar pela discrição, e que veio a publicar em 2004 a sua versão dos acontecimentos - em edição do autor, o que não se deixa de achar estranho. Não houve editoras que se interessassem pela versão séria de uma história já então tão conhecida?

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