20 de Setembro de 1969. A edição desse dia do Diário de Lisboa publica nas suas páginas centrais a identificação dos doze candidatos que se irão apresentar em Lisboa às próximas eleições legislativas pela lista da Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (CEUD). Já aqui frisámos quanto as simpatias daquele jornal eram indisfarçáveis a favor das candidaturas oposicionistas. Passe a coincidência irónica de, ainda há dois dias, aqui termos falado duma ausência de preocupação da imprensa actual com a (ausência) da publicidade dada às listas com a identidade dos candidatos para as eleições de 2019 (terá mudado bastante o estilo da informação nestes 50 anos!...), vale a pena referir que entre os membros dessa lista da CEUD aparecem vários nomes que irão dar muito que falar deles a partir de 25 de Abril de 1974: pela ordem em que são apresentados, destacam-se os nomes de Francisco Sousa Tavares, Jaime Gama, Raul Rêgo, Gonçalo Ribeiro Telles, Francisco Salgado Zenha e Mário Soares. Para quem tenha estranhado, e ao contrário do que acontece actualmente, em que o número de deputados é repartido proporcionalmente ao número de votos recebidos por cada lista começando pelos que primeiro se apresentam, em 1969 vigorava o sistema de que a lista vencedora elegia todos os deputados. A ordem pela qual os candidatos se apresentavam era irrelevante e é por isso que vamos encontrar Mário Soares colocado num discreto e cavalheiresco último lugar.
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