21 de Setembro de 1939. Os «Guardas de Ferro», organização fascista romena promove um atentado em que morre o primeiro-ministro da Roménia, Armand Călinescu. A iniciativa parece ter tido o aval encorajador dos alemães e a anuência passiva dos russos. Se bem que o panorama noticioso esteja então dominado pelos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente o vergonhoso conluio entre nazis e comunistas para a ocupação e desmembramento da Polónia vencida (acima, a azul), mesmo assim as páginas centrais do Diário de Lisboa dão amplo desenvolvimento ao assunto (a amarelo), mormente as proclamações que se fazem nestas circunstâncias, de que o assassinato de um homem não irá afectar a política externa do país que dirigia. Era só conversa. Fruto da situação militar mas também consequência intimidatória do assassinato, a parceria que a Roménia formara com a Polónia e as suas simpatias para com os aliados ocidentais desapareceram, como se constatava facilmente nas páginas do próprio jornal: bastava comparar aquilo que se escrevera a respeito da Roménia no dia imediatamente antes ao do assassinato de Călinescu (abaixo, à esquerda) e no dia imediatamente depois.
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