18 setembro 2019

PROTECÇÃO DE DADOS

Saiu hoje no Público um artigo extremamente interessante sobre as peripécias por que passará os que queiram saber a composição das listas concorrentes ao próximo acto eleitoral. Aquelas que contêm os nomes daqueles que, a partir de 6 de Outubro, pretendem vir a ser os próximos deputados, em nossa representação. É que, pelos vistos e para quem tenha tentado, por inacção de uns organismos de supervisão (CNE) e demissão de outros organismos de tutela (SGMAI), e apesar de estarmos na era da sociedade da informação, em lado algum dessa infinda internet aparece disponibilizada uma lista com as listas e as identidades daqueles que manifestaram aquela disponibilidade para, com a validade dos eleitores, passarem os próximos quatro anos a representar-nos na Assembleia da República. É por isso que o artigo é encabeçado pela pertinente pergunta: Sabe mesmo em quem vai votar? O artigo acaba tornando-se uma crítica feroz à burocracia, a referência que aqui faço à protecção de dados é irónica, já que, evocada amiúde e em variadíssimos contextos como justificação para tanta coisa, a protecção dos dados (dos candidatos) é neste caso concretizada em contra senso e por causa da incompetência das autoridades que as deviam publicitar. Mas a incompetência não se fica apenas por esse aspecto: o autor do artigo que aparece no Público é um amador (Luís Aguiar-Conraria), autor de uma coluna semanal de opinião, quando o que seria de exigir em relação à descoberta e exploração deste assunto competiria aos profissionais. Mas não: o que se pode encontrar de explicativo nos jornais a respeito das próximas eleições é aquele costumeiro abcedário professoral, como se os leitores fossem todos uns atrasados mentais (Legislativas 2019: Guião de A a Z).

1 comentário:

  1. Nao li o artigo.
    O autor identificou a fonte da investigacao feita a este assunto?

    E que eu, pessoalmente, li pela primeira vez relatos das ditas peripecias a 11 de Setembro pela primeira atraves de uma pagina do Facebook "Politica para Todos".

    Mais, em relacao aos vieses que existem nos sistema eleitoral portugues (e britanico, e americano) nunca vejo uma palavra escrita sobre o assunto na "imprensa de referencia", vou lendo em blogues. Por exemplo - sabia que em Portugal, aproximadamente 10% dos votos validos depositados nas urnas em Portugal Continental nao sao usados para eleger qualquer deputado? Sendo que em certos Distritos como Portalegre e Castelo Branco estes valores chegam a 23 e 27%? Nem falo dos EUA e Reino Unido onde a democracia consegue a proeza de ser mais ainda mais coxa que a portuguesa por ser lateral a este post e porque uma caixa de comentarios nao se presta a diatribes mais extensas...

    Ou seja, na realidade, a imprensa escrita vai a reboque (para ser benevolente, o mais apropriado seria dizer que vai segue no chao, arrastada pela lama fora) de iniciativas geradas nos "social media"... quando vai... boa parte das vezes, os "merdia" oficiais poupam-nos o trabalho de ter de ler estas minudicencias.

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