12 de Agosto de 1968. Há cinquenta anos, dois caças Mig-17 da Força Aérea síria aterravam inesperadamente num antigo aeródromo militar no Norte de Israel. Apesar de as autoridades israelitas terem noticiado que se devera a causas acidentais, a explicação foi acolhida com um cepticismo que se justificava por vários precedentes. Em 1962, numa operação de espionagem que correra mal, os israelitas haviam tentado aliciar um piloto egípcio de um Mig-17 a desertar para Israel. A operação correra mal, a rede de espionagem foi denunciada e três agentes acabaram executados. Porém, em 1964, uma operação semelhante foi bem sucedida, quando o capitão Mohammad Abbas Helmy da Força Aérea egípcia desertou com o seu Yak-11 de treino para Israel. O desertor veio a ser executado no Cairo dois anos depois. E em Agosto de 1966, realizara-se uma terceira operação do mesmo género, protagonizada agora pelo capitão Munir Redfa da Força Aérea iraquiana, tendo em vista a obtenção de um caça Mig-21. Perante este historial, percebe-se o cepticismo internacional que acolheu as explicações oficiais de que o a aterragem dos Migs-17 do tenente Walid Adham e do 2º tenente Radfan Rifai, da Força Aérea síria, se devera a erros de navegação. Contudo, os pilotos sírios haviam aparentemente usado mapas datados de 1945, haviam entrado no espaço aéreo libanês, haviam-se desorientado e pensavam estar a aterrar numa base aérea do Líbano, quando estavam a aterrar num aeródromo praticamente desactivado em Israel, numa manhã soalheira (eram 08H45), e sem combustível suficiente para tornar a descolar . Era uma história suficientemente estúpida para ser verosímil. Não abonava nada em favor da preparação da navegação que era ministrada pela Força Aérea síria aos seus quadros, mas os factos posteriores vieram corroborá-la: os dois pilotos permaneceram aprisionados até 1970, aquando da realização de uma troca de prisioneiros entre israelitas e sírios. Acrescente-se que, em Outubro de 1989, um major sírio virá a desertar aos comandos de um Mig-23.
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