08 agosto 2018

O «DIA NEGRO» DO EXÉRCITO ALEMÃO

8 de Agosto de 1918. Pelas 04H20 de uma madrugada enevoada, os Aliados desencadeiam mais uma ofensiva na Frente Ocidental. Completados os quatro anos de guerra, ao longo dos quais se completara uma paulatina e custosa aprendizagem, os procedimentos para o desencadear das ofensivas haviam-se finalmente aprimorado e estandartizado: as 10 divisões francesas e as 9 divisões britânicas (incluindo australianos e canadianos) que atacaram numa frente de 23 km, eram apoiados por quase 1.500 peças de artilharia, por 600 tanques (ligeiros e pesados) e por mais de 1.700 aviões, numa combinação ar-solo que era a novidade táctica da estação. Apesar da formação de alguns pontos de resistência pelos alemães, ao fim do dia os atacantes haviam conseguido progredir cerca de 11 km nas linhas adversárias e conquistado 285 km² de território anteriormente detido pelo inimigo. Eram resultados que replicavam, de forma espetacular e simétrica, os sucessos tácticos que haviam sido alcançados pelas armas alemães nas suas ofensivas da Primavera. Mais, da mesma forma como os soldados britânicos (e também os portugueses...) se haviam deixado abater quando das ofensivas germânicas, desta vez coube a vez ao exército germânico baixar os braços e fugir, ou então deixar-se capturar: ao anoitecer, 281 oficiais e 12.131 homens, assim como cerca de 400 peças de artilharia haviam sido capturados. Nas suas memórias de guerra, Erich Ludendorff virá a qualificar os acontecimentos como o «dia negro» do exército alemão. Como se vê, o desaparecimento do ânimo para continuar a guerra chegou a todos os exércitos.

Sem comentários:

Enviar um comentário