9 de Agosto de 1968. O presidente Tito da Jugoslávia visitava Praga, acolhido no aeroporto com uma manifestação de regozijo de uma espontaneidade verdadeiramente socialista (no Ocidente não se conseguia ser assim tão espontâneo, com as bandeirinhas e tudo...). Paradoxalmente, aquilo que ali levava Tito, o mais destacado dirigente socialista dissidente na Europa, era a procura desesperada por parte de Alexander Dubček de uma solução conciliando a manutenção da Checoslováquia sob um regime comunista, mas com uma maior liberdade de actuação a respeito das questões domésticas, como acontecia com a Jugoslávia. Contudo, como a própria informação da época reportava (abaixo, as notícias do Diário de Lisboa de 9 e 10 de Agosto de 1968), se a Jugoslávia desenvolvera - e a que custo! - o poder e o prestígio de se defender da intromissão dos soviéticos, uma outra coisa seria projectá-los para o resto da Europa do Leste. A Jugoslávia «reservava-se»... e a Checoslováquia via-se mais sozinha. Não se sabia então, mas a invasão soviética estava apenas a 12 dias de distância.
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