22 agosto 2018

A TELENOVELA DA POLÍTICA EXTERNA AMERICANA QUANTO À NÃO PROLIFERAÇÃO NUCLEAR

Em Maio passado, e mesmo depois do anúncio pelos Estados Unidos de que estes se iriam retirar do Acordo Nuclear firmado entre o Irão e a comunidade internacional, a Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) confirmava a atitude iraniana de continuar a cumprir os compromissos do Acordo, apesar do que acontecera. Em contrapartida, em Junho passado houve uma cimeira histórica em Singapura, de onde se saiu com a impressão que houvera uma promessa norte-coreana de desnuclearização futura da península. Mas dois meses depois aquela mesma IAEA vem anunciar que, pelo contrário, a Coreia do Norte não estará a cumprir os compromissos que então assumiu. Tirando a retórica e alguma cenografia em excesso, tudo se mantém como estava antes de Donald Trump ter chegado à Casa Branca. Ou seja, a política externa da administração norte-americana, e no que à questão do combate à proliferação nuclear diz respeito, é como uma daquelas telenovelas para encher horário: parece que acontece imensa coisa, mas tudo o que acontece não é para alterar o fio condutor da história, que já vinha de trás e que tem que se arrastar para aí por uns 200 episódios - sem que nada aconteça de verdadeiramente importante que possa perturbar o sentido tradicional das histórias canónicas daquelas novelas.

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