Maurice Gamelin (1872-1958) é considerado o responsável pela hecatombe dos exércitos franceses em Maio/Junho de 1940. Como em muitos outros acontecimentos da História, considerando que Gamelin não participou sozinho, é duvidoso que um outro general no seu lugar houvesse conseguido alcançar um desfecho diferente naquela campanha; porém, a indiscutível incompetência de Gamelin conferiu-lhe um carácter fulminante que teve, só por isso, repercussões históricas. Declarada a Guerra, a partir de Janeiro de 1940, instalou o seu Quartel-General no castelo de Vincennes nos arredores de Paris. O castelo era já então um reduto repleto de história: ali fora fuzilado o duque de Enghien em 1804; ali fora fuzilada Mata Hari em 1917. Em contraste e quanto a tecnologias de futuro, o castelo não possuía um posto de rádio, nem sequer um pombal, numa época em que as grandes cabeças do estado-maior francês ainda olhavam com bonomia a columbofilia, que tantos serviços lhes havia prestado no conflito precedente. Um oficial mais azougado que propusera a utilização do telégrafo foi confrontado com a pergunta irónica se ele considerava as ordens militares como o resultado das corridas. Mais rápidas que as tradicionais estafetas (agora motorizadas...) só mesmo as linhas telefónicas e, mesmo assim, com algumas limitações... Quando Maxime Weygand (1867-1965) sucedeu a Gamelin em 19 de Maio, já em plena ofensiva, apercebeu-se do que eram as dificuldades de comunicação com os exércitos que era suposto comandar: a menina do PBX continuava a insistir em gozar a sua hora de almoço (das 12H00 às 14H00)...
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