11 outubro 2013

OS VICES DE ADOLF HITLER

Duas biografias em francês, publicadas em edições de bolso em Março e Maio deste ano, a respeito daqueles que terão sido provavelmente os dois mais importantes adjuntos de Adolf Hitler. A de Hermann Goering é original e de François Kersaudy, a de Heinrich Himmler uma tradução do original alemão de Peter Longerich. Trata-se de dois trabalhos difíceis porque a propaganda da Segunda Guerra Mundial já nos condicionou a opinião a respeito dos dois. Mas a leitura da primeira obra corrige-nos a imagem do obeso, incompetente e negligente, quase sibarita, que está construída à volta de Goering. Além desses traços de personalidade que costumam ser mais realçados descobre-se, em contrapartida e depois da morte de Hitler, um ascendente natural sobre o resto da hierarquia nazi que se mostra quando do julgamento de Nuremberga (1946), em que Goering assume o protagonismo da herança do III Reich quando isso só lhe podia ser contraproducente. O que mais me surpreendeu na leitura da segunda obra (mais extensa, em dois volumes) foi a capacidade de Himmler à frente das SS, levando a organização atrás de si de um estatuto júnior entre os vários potentados de poder em que se repartia o III Reich, até ao apogeu em 1945 onde, mercê da sua eficácia e da estrutura que montara, as SS com Himmler à sua frente já se haviam quase tornado num estado dentro do estado e numa ameaça para todos eles - Goering, Bormann, Goebbels, Ribbentrop ou Speer.

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