Há que reconhecer quão espirituosa é esta comparação que Vítor Bento fez numa entrevista à Antena 1. Embora concordando com ele que os juízes não são sacerdotes, pergunto-me se não haverá por aí uma outra classe religiosa que unge e absolve os disparates proferidos por pessoas como Vítor Bento, atente-se apenas ao cabeçalho abaixo, escolhido para uma outra entrevista de Vítor Bento dada há apenas três anos. Sob o mote de Entrevistas sobre o futuro, o dito parecia apresentar-se tão risonho que o tema dominante era a importância da construção do novo aeroporto…
Pergunto-me quem serão os clérigos e de que templo serão originárias as indulgências para os disparates proferidos por Vítor Bento, e que o permitem continuar a passear-se impunemente por aí?...
Confesso que tinha uma outra ideia quanto à coerência do discurso de Vítor Bento...
ResponderEliminarRelativamente à questão da urgência do novo aeroporto de Lisboa, sempre me fez confusão o facto de, eu, como utilizador, raramente ter tido o "privilégio" de poder usufruir no actual do conforto das várias mangas de embarque que ali existem. Devo ser eu que tenho azar, mas a verdade é que, sejam voos domésticos, sejam voos para países africanos, sejam mesmo voos para a Europa, há sempre um autocarro à minha espera...
Sina minha, as mangas estarão certamente reservadas para os milhentos aviões que sobrevoam Lisboa aguardando oportunidade e autorização para poderem aterrar.
Que o aeroporto de Lisboa está, há muitos anos, obsoleto e a rebentar pelas costuras e remendos que lhe vão fazendo, é verdade!
ResponderEliminarQuanto às mangas, o problema já é outro... Como bons anfitriões, o melhor é sempre para as visitas porque os indígenas... aguentam!!!
O António Costa como utilizador do aeroporto deveria saber que as mangas são para as companhias aéreas que pagam por elas.
ResponderEliminarTambém como utilizador concordo com impaciente. Estão a adiar o inevitável até porque, contrariamente ao que muito boa gente que por aí arenga, o número de passageiros continua a aumentar.
Tal como já aconteceu com outras grandes obras vamos pagar mais caro.
Na verdade, como utilizador frequente, é muito cómodo que Lisboa seja a única capital europeia que tem o aeroporto "na baixa", mas esta é uma posição meramente egoísta que não compagina com a realidade.
Dado que o meu comentário suscitou duas respostas que vão no mesmo sentido, desculpar-me-ão se retorquir aos dois em simultâneo.
ResponderEliminarAssim, quanto à afirmação de que o aeroporto está a rebentar pelas costuras, não concordo nem discordo, gostaria apenas que pudesse ser confirmada por um estudo de tráfego comparado com outros aeroportos com condições e características semelhantes.
Julgo não ser preciso lembrar que, além do serviço postal e de carga (que facilmente e sem grandes custos poderiam ser deslocalizados) há ainda a considerar a possibilidade de desactivar Figo Maduro.
Especialista em coisa nenhuma e, portanto, também não em aeroportos, sou influenciado por informação dispersa, como esta: “Gatwick … is Europe's leading airport for point-to-point flights and has the world's busiest single-use runway with up to 53 aircraft movements per hour in late-2012 and a maximum capacity of 55 movements per hour… In 2012, 34.2 million passengers passed through Gatwick.” (Wikipedia) Não sei qual é o nr de movimentos/hora na Portela, mas sei que o nr de passageiros é cerca de 1/3 do deste exemplo…
Também ouvi que a Vinci já teria anunciado que só pensaria num novo Aeroporto para Lisboa lá para 2025, dado que o actual poderá ver a sua capacidade estendida até aos 25 milhões de passageiros…
Eu sei que as mangas são pagas mas, “com tanto movimento”, seria de esperar que também elas não escapassem à propalada sobrecarga de pedidos…
Resta-me alinhar no reparo de que os terminais estão obsoletos (julgo que o adjectivo seria para eles, dado que uma pista é uma pista…), mas isso dever-se-á a maus projectos ou planeamento de obras, o que, só por si, não justifica abandonar o que existe e partir para um novo…
A referência a aeroportos e à necessidade da construção de um novo em Lisboa foi mais instrumental do que essencial ao argumento do poste.
ResponderEliminarApresentado como um "opinion maker" que vale a pena ouvir, Vítor Bento é realmente um "opinion follower" com interesses específicos e que há três anos mostrava achar que se devia investir muito e que actualmente parece achar precisamente o contrário.