Actualmente poucos serão os europeus que sabem quem foi Jakob Fugger (1459-1525) que nos aparece acima representado numa estátua edificada na sua Augsburgo natal. Contudo, a acção de Fugger é considerada determinante para a evolução da História na Europa quando, em Julho de 1519, os sete príncipes-eleitores do Sacro Império Romano Germânico elegeram como Imperador o jovem – 19 anos – Carlos V de Habsburgo em detrimento da candidatura rival de Francisco I, Rei de França. Jakob Fugger foi o promotor e o maior contribuinte de um sindicato que emprestou a Carlos V 850.000 florins de ouro (quase três toneladas daquele metal precioso) que permitiram a sua eleição¹. Se a eleição foi determinante para a evolução da História da Europa do Século XVI e os eventos do reinado de Carlos V são conhecidos, a história do reembolso do empréstimo é-o bastante menos, embora seja fácil de deduzir, para quem conheça os eventos, quão acidentada terá sido, prolongando-se por décadas, até que, logo no ano seguinte ao da abdicação de Carlos V (1556) e já sob Filipe II, seu filho, a Espanha declarou a bancarrota pela primeira vez… das quatro vezes em que o fez até ao final do Século XVI.
Ganhemos algum distanciamento do quotidiano e compenetremo-nos que, quanto for contada daqui por vários séculos a História da Europa deste princípio do Século XXI, a importância dela nunca será a questão de dinheiros e de insolvências dos Estados membros que agora tanto nos parece avassaladora, o que interessará aos nossos descendentes será, como sempre, aquilo que é intemporalmente importante: a questão do Poder continental…
¹ O orçamento de Francisco I era apenas de 300.000 florins de ouro.
Mais um excelente e oportuno post.
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